
A Comissão de parlamentares petistas composta pelo líder da Bancada Enio Tatto, Adriano Diogo, José Zico Prado, Sebastião Arcanjo (Tiãozinho) presidente da Comissão de Serviços e Obras e Simão Pedro, estiveram em 06/02, in loco, no canteiro de obras da futura estação Morumbi da Linha 4 -Amarela do Metrô.
Os deputados, no dia anterior, anunciaram a retirada da PT da Comissão de Representação
da Assembléia Legislativa e denunciaram a inoperância provocada pela obstrução da base governista. Para os petistas o governo do PSDB e o Metrô têm desrespeitado a população paulista e o Parlamento com a sonegação de documentos e a ausência do presidente do Metrô e de funcionários envolvidos nas fiscalizações das obras.
Os deputados, sindicalistas e assessores técnicos da Bancada do PT, verificaram que na área do entorno das obras do poço de ventilação do Metrô todas as casas foram atingidas pelas detonações da construtora, em razão do método de construção NATM. Das casas visitadas alguns moradores foram retirados pelo Consórcio e levados para um flat.
Há ainda uma casa que está totalmente comprometida. Como paliativo foi escorada e, segundo o proprietário, o Consórcio ficou de pagar um aluguel, mas ainda não aconteceu.
Outra informação obtida é que por conta do canteiro de obras, os caminhões e outros veículos de grande porte trafegam em locais proibidos, o que agrava ainda mais os problemas da população local.
Detonações
Os moradores reclamaram também da freqüência e intensidade das detonações e relataram que mesmos nas casas que ainda não apresentaram rachaduras, as portas e janelas tiveram seus vidros quebrados e já não fecham. Os pisos também foram afetados e apresentam afundamento.
As obras iniciaram em 2005 e desde o começo trouxeram transtornos aos moradores, que apontaram a ausência dos técnicos e engenheiros responsáveis, conforme foram aumentando os problemas. Os parlamentares constataram um clima de pânico provocado pela falta de informação, orientação e apoio à população. A tensão é maior, com a constatação de que a fase de perfuração dos túneis ainda está para começar.
Durante a inspeção realizada pelos deputados petistas e por dirigentes do Sindicato dos Metroviários, os representantes do Consórcio minimizaram os problemas e classificaram os fatos como situação pontual. O que foi contestado pelos moradores, que cobraram a ausência do Metrô e do Estado que são responsáveis pela contratação do Consórcio. Todos estão apavorados, com os riscos de outros desabamentos, preocupados com as conseqüências da continuidade das obras e indignados com a falta de um canal de diálogo.
Os dirigentes do Sindicato dos metroviários acompanharam a inspeção, recolheram também informações e depoimentos dos moradores e orientaram sobre as medidas e ações adotadas para cobrar respostas do governo do Estado e do Metrô.
Os metroviários e a Bancada protocolaram, no final de janeiro, junto ao Ministério Público Estadual representação requerendo o embargo total das obras, até que se comprovem as condições mínimas de segurança para os moradores e trabalhadores, para serem retomadas as construções.
Visita ao Ministério Público
Os deputados do PT estiveram no mesmo dia, no período da tarde no Ministério Público Estadual, acompanhados pela representante da Associação dos Moradores do Morumbi/Butantã, Márcia Vairoletti, para relatar as informações obtidas juntos aos moradores.
O Objetivo dos deputados e moradores é sensibilizar os promotores para a necessidade de agilizarem o parecer das representações apresentadas, para que as obras sejam embargadas.
Omissões do Metrô
O Sindicato dos Metroviários em parceria com Sindicato dos Engenheiros, Movimentos dos Estudantes, CREA, Federação Nacional dos Metroviários, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes da CUT, CUT-SP, CONAM, CMP, FACESP, entre outras
farão um Ato exigindo explicações do Metrô, em relação aos desabamentos ocorridos e das providencias e medidas preventivas quanto aos problemas constatados. Outro questionamento dessas instituições e dos parlamentares petistas é quanto ao modelo de gestão do PSDB, que entregou a obra à iniciativa privada e se eximiu das responsabilidades com o patrimônio público e de fiscalização das condições de segurança da população e dos trabalhadores .
O líder do Pt na Assembléia, deputado Enio Tatto descreveu aos demais líderes de Bancada, a situação de calamidade encontrada nas imediações das obras, apontou a inoperância da Comissão de Representação da Assembléia e defendeu a necessidade de uma CPI para apurar todas as falhas, omissões e responsabilidades do Estado nas obras da futura estação Linha 4 Amarela do Metrô.