Crime do Guarujá

Deputados petistas, o presidente estadual do Partido, Edinho Silva, e o senador Aloysio Mercadante têm cobrado da Secretaria de Segurança Pública empenho para identificar e punir os assassinos do vereador Luis Carlos Romazzini, executado na madrugada da última sexta-feira (26/11).

Indignada, perplexa e manifestando profundo pesar pela brutalidade do fato, a deputada estadual Maria Lúcia Prandi foi ao Guarujá para acompanhar o caso de perto e lamentou que uma voz firme contra a corrupção e as injustiças sociais tenha sido silenciada. “Era um companheiro guerreiro, aliado da população em suas lutas e rigoroso na defesa dos direitos sociais”, declarou.

Luis Carlos Romazzini foi alvejado na cabeça, abdômen, ombro e pernas. O vereador já vinha sofrendo ameaças de morte e tivera sua residência invadida e arrombada, dias antes do homicídio. “Diante da consumação do violento ato, reitero a necessidade de mobilização de rápidos e eficientes esforços para a completa investigação do episódio e a identificação dos envolvidos”, enfatizou Maria Lúcia.

A deputada Prandi e o deputado Fausto Figueira, ambos da Baixada Santista, denunciam que este não é o primeiro crime contra autoridades constituídas do Guarujá e frisam que casos cotidianos denunciam a fragilidade da segurança no município.

Ameaças

“Além do rigor na apuração deste bárbaro crime, é preciso que o município receba ações mais efetivas e abrangentes de segurança pública, porque os índices de criminalidade são indicativos de que a situação é bastante grave”, disse. E acrescentou: “Lamentavelmente, o perigo existe para as pessoas públicas e para o cidadão comum”, registrou Maria Lúcia Prandi.

Nascido em São Francisco, interior de São Paulo, o vereador era também professor e advogado. Graduado em História e Direito, era Mestre em Educação Superior. Em artigo recente divulgado em seu blog, ele criticou a falência do ensino público e associou o fato ao crescimento dos índices de criminalidade.

Na conclusão do texto, Luis Carlos Romazzini falava das falsas estatísticas educacionais, afirmando que “por certo, continuarão a mascarar números e mais números, estatísticas frias e mentirosas que são usadas nos programas eleitorais, também mentirosos. E a sociedade? Ah, esta segue seu destino de avestruz, a se espantar diante dos frios canos das armas que lhes são apontadas e que não são, nem de longe, igual à frieza com a qual encaramos e convivemos com as desgraças de cada dia”.

Segundo a família, Romazzini estava sendo ameaçado há 4 anos, por ter denunciado um forte esquema de corrupção em sua cidade. Os familiares também informaram que recentemente a residência dele foi vítima de arrombamento.

“Entraram na casa e não roubaram nada, apenas quebraram os móveis, peças de porcelana, copos e outras coisas como forma de intimidação”, explicou um dos irmãos, João Romazzini.

O corpo do vereador foi velado na Câmara Municipal do Guarujá e sepultado em Aparecida do Taboado, Mato Grosso do Sul.