Mais depoimentos revelam ligação Fiesp e tortura na ditadura

26/03/2013

Comissão da Verdade

Mais depoimentos revelam ligação da Fiesp com a tortura na ditadura militar

O ex-deputado estadual e ex-marido de Dilma Rousseff, Carlos Araújo, confirmou recentemente informações que a Comissão Estadual da Verdade, presidida pelo deputado Adriano Diogo, já havia levantado: a Fiesp esteve ligada à tortura na época da ditadura militar no Brasil.

“Tenho certeza de que a Comissão da Verdade vai entrar neste antro da Fiesp, que foi responsável não só por financiar, mas também por assistir e estimular a tortura”, disse o ex-deputado, que também foi torturado.

“Não foram poucos os empresários que iam para a sala de tortura estimular os torturadores e se envaidecer com a tortura dos nossos companheiros”, acrescentou Araújo, citando ainda Nestor Figueiredo, “que está na cúpula da Fiesp até hoje”, como responsável pela atuação da entidade. De acordo com ele, a investigação sobre a ação da federação durante a ditadura é importante “politicamente e ideologicamente” porque a “direita raivosa está por aí”.

Em entrevista à TV PTAlesp, o deputado Adriano Diogo afirma que “ninguém apoiou mais a ditadura do que o empresariado paulista”. Diogo também fala sobre a ligação do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, conhecido como Lalau, com a ditadura.

Inclusive, nesta segunda-feira (25/3),o Tribunal Regional Federal da 3ª Região cassou a prisão domiciliar do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto. Com a decisão, o ex-magistrado terá que retornar para a cadeia. O réu cumpria pena na casa dele, em São Paulo, com escolta da Polícia Federal, desde 2007.

Nicolau foi condenado a 26 anos, seis meses e 20 dias de prisão, em regime fechado, pelos crimes de peculato, estelionato e corrupção passiva. Ele foi acusado de participar de um esquema de desvio de quase R$ 200 milhões das obras do Fórum Trabalhista de São Paulo.