Truculêcia na Assembleia
O princípio da audiência pública, como sugere o nome, costuma contar com a participação popular. O presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), no entanto, decidiu suspender a sessão por 10 minutos e esvaziar as galerias do plenário Juscelino Kubitschek, expulsando manifestantes que vaiavam Eduardo Cunha (PMDB). presidente da Câmara dos Deputados. Ele veio à capital paulista para participar do Câmara Itinerante, projeto que visa levar pautas do Legislativo federal para serem discutidas com a população em audiências públicas.
Quando Cunha foi abrir sua fala, mal disse bom dia e os gritos de Fora, Cunha, Homofóbico e Fascista se impuseram sobre sua voz. O povo quer falar, constituinte já, gritavam as dezenas de pessoas presentes, carregando faixas que protestavam contra a homofobia e a intolerância e pedindo por financiamento público de campanha.
Irônico, o presidente da Câmara dos Deputados respondeu: Cumprimento os intolerantes. Os intolerantes merecem sempre nosso cumprimento. Aqueles que são mal educados mostram que não estão à altura da Casa onde estão.
Mostrando toda a sua indignação, o público presente seguiu realizando o protesto em cima da fala de Cunha até que o presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB), resolveu intervir. Isso é uma audiência pública. Vou ler aqui o regimento interno, afirmou, decidindo antecipar sua decisão antes mesmo de terminar a leitura. Determino que sejam evacuadas as galerias. Todas! A sessão está suspensa por dez minutos.
Os seguranças, então, retiraram os manifestantes à força do local e a sessão seguiu a portas fechadas.
Com informações da Revista Forum