Risco iminente
Um mapeamento realizado pelo Instituto Geológico da Secretaria de Estado do Meio Ambiente em seis regiões indica que 60% das casas construídas em áreas de risco no Estado de São Paulo podem desabar. Dos 32 mil imóveis incluídos no estudo, 8 mil estão em áreas consideradas de risco para a vida; 10,8 mil podem desmoronar e 7,2 mil correm risco de inundação.
Os deslizamentos são os acidentes mais frequentes por causa do tipo da ocupação, em morros e encostas, cuja tipografia é suscetível à movimentação de terras. O mapeamento foi realziado em 31 municípios de seis regiões: Araraquara, Litoral, Grande São Paulo, Vale do Paraíba, Ribeirão Preto e Sorocaba.
Iniciado em 2004, o estudo foi concluído há dois anos. A capital paulista foi excluída porque há havia sido mapeada em 2003 e está sendo submetida a uma nova avaliação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas sobre as áreas de risco.
Os especialistas dizem que as moradias precárias, pobreza, ausência de fiscalização e de uma política adequada de moradias populares estão entre as principais causas das ocupações em área de risco.
Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira no Jornal O Estado de São Paulo, a soma de más condições de vida e desastres naturais pode ser catastrófica, como neste ano. O saldo da Operação Verão da Defesa Civil do Estado até sexta-feira, era de 156 cidades atingidas pelas fortes chuvas, com 75 mortes, sendo 44 provocadas por deslizamentos e 19 por enchentes ou inundações. Mais de 22 mil pessoas ficaram desabrigadas e 4,5 mil não têm onde morar. Na maioria dos locais onde ocorreram tragédias havia ocupações irregulares.”.
O mapeamento das áreas é um instrumento para que as Prefeituras e o Governo do Estado elaborem programas preventivos nas áreas de risco e plano habitacional para populações carentes.