Membros da CPI da Máfia da Merenda vão à Procuradoria em busca de depoimentos de envolvidos

03/11/2016

CPI da Máfia da Merenda

Crédito: Rosário Méndez

Membros da CPI da Máfia da Merenda pedem depoimento de delatores à Procuradoria

Deputado Alencar Santana Braga quer reconvocação de Chebabi, Marcel e Miller, peças-chave do esquema que negaram depoimento à CPI.

Membros que compões à CPI da Máfia da Merenda estiveram na manhã de hoje (03/11) na Procuradoria Geral de Justiça do Estado em reunião solicitada pelo deputado Alencar Santana Braga, único integrante da oposição ao governo na CPI.

Recebidos pelo procurador-geral do Estado Gianpaolo Smanio, os membros solicitaram acesso aos depoimentos prestados na Procuradoria pelos delatores do esquema de fraude em licitações da Secretaria Estadual de Educação do Governo Alckmin e de algumas prefeituras.

Os documentos referem-se aos depoimentos de Cássio Chebabi, ex-presidente da COAF (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar); Marcel Ferreira Júlio, lobista da empresa; e Adriano Miller, ex-funcionário da cooperativa.

Ao serem chamados a depor na CPI que investiga fraudes no fornecimento de merenda, instaurada na Assembleia Legislativa Paulista, os três investigados acima mencionados se negaram a falar, alegando que já tinham prestado depoimento à Procuradoria.

Questionado se os depoimentos prestados ao TJ pelos investigados seriam motivo de impedimento para depor à CPI da Merenda, o procurador-geral Smanio afirmou que não, portanto, os depoentes poderiam se pronunciar nas duas instituições.

Em consequência, Alencar Santana Braga colocou-se a favor da reconvocação de Chebabi e Marcel à CPI. “É fundamental o depoimento deles para que a CPI aprofunde a investigação e chegue nos verdadeiros culpados, naquelas pessoas que roubaram merenda dos nossos estudantes nas escolas de São Paulo”, disse Braga.

Deputado alerta para morosidade ocasionada no processo

O deputado Alencar Santana Braga ainda criticou o fato de todo processo de investigação do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil ser encaminhado para a Procuradoria Geral do Estado, concentrando-se neste órgão.

Tal concentração, para a Bancada do PT, de forma geral, é um procedimento questionável, já que o foro privilegiado neste caso caberia apenas às investigações sobre o deputado Fernando Capez (PSDB), presidente da Alesp suspeito em participar do esquema.

Outro ponto sobre o qual o deputado Alencar alerta refere-se à possibilidade de todo processo ser levado à Justiça Federal, o que, na visão do deputado, poderia gerar atraso nas investigações, que seriam iniciadas do zero.

Marina Moura

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