Governo tucano
Diretores da companhia recomendam que cidadãos usem Lei de Acesso à Informação, mas mantêm convênio com o Secovi
Diretores da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, recomendaram, nesta quinta-feira (6/6), durante audiência pública realizada pelo Ministério Público de São Paulo, em sua sede, na capital, que cidadãos interessados em informações detalhadas sobre a pesquisa Origem Destino (OD), sobre traçados de linhas e impactos das obras sobre comunidades ameaçadas de remoção solicitem os dados por meio da Lei de Acesso à Informação. No entanto, as mesmas informações serão repassadas ao Secovi, sindicato das empresas do setor imobiliário, por meio de convênio firmado entre a entidade e o Metrô.
Ao ser questionado sobre a parceria para transmissão das informações, Fernandes negou qualquer tipo de influência do Secovi e garantiu que a iniciativa foi do Estado. Nós queremos que os empreendedores sejam mais cuidadosos ao fazer planejamento e não façam aqueles verdadeiros pombais isolados que não dão acesso a ninguém. Por outro lado, não podem comprar todas as terras lindeiras, fazendo todo ganho de mais valia que o Estado faz para o capital privado, disse Fernandes.
Falta de diálogo
Representantes da favela Paraisópolis, no Morumbi, na zona sul da capital, queixaram-se da falta de diálogo com a população, que aguarda sem informações pelas remoções. Não existe diálogo continuo, diálogo efetivo com a população, reclamou a estudante de geografia Ana Maria Souza.
Já entre os moradores das favelas do Comando e Buraco Quente, no Campo Limpo, zona sul de São Paulo, a reclamação foi sobre a pressão exercida para que os moradores deixem a comunidade.
Questionado pelo promotor Maurício Ribeiro Lopes se a pesquisa OD tem informações confidenciais e se é comercializada, o diretor operacional do Metrô, Mario Fioratti Filho, afirmou que o documento está disponível para as universidades que a solicitarem. Mas é uma pesquisa muito cara. O Metrô arca com essas despesas e precisa dividir os custos.” A pesquisa OD foi feita em 2007 e a atualização realizada em 2012 não está disponível para consulta no site da empresa.
*com informações da Rede Brasil Atual