Caso Alstom
Depois do tucano, conselheiro do TCE Robson Marinho, o banqueiro aposentado francês Jean Marie Lannelongue surge como novo suspeito envolvido no caso Alstom. O banqueiro ajudou a montar o contrato com a Eletropaulo no valor de R$ 110 milhões, no ano de 2001, hoje seriam R$ 221 milhões, quando se corrigeo contrato pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado, da Fundação GetulioVargas).
Segundo o Ministério Público Suíço, há indícios de que o francês tenha recebidoo pagamento de comissões ilegais da multinacional Alstom. Lannelongue era representante do banco Societé Générale no Brasil e intermediou a negociação entre a Alstom e Eletropaulo.
O contrato de R$ 110 milhões faz parte de uma “novela” que remonta a 1990. Naquele ano, a Eletropaulo e a Cogelex (empresa formada pela junção da Alstom com a Cegelec) assinaram o aditivo de número dez de um projeto chamado Gisel (Grupo Industrial para o Sistema da Eletropaulo).
O objetivo do projeto era modernizar o sistema de transmissão de energia. O aditivo dez visava a construção de subestações de energia em dois bairros da cidade de São Paulo: Cambuci e Aclimação.
Como o país passava por crises econômicas em série, com inflação estratosférica e corte de crédito internacional, o contrato com a Eletropaulo não saiu do papel até 1998.
No ano anterior, o governo francês decidira financiar o projeto da Eletropaulo porque o contrato representava ganhos de divisas para a França. O banco Sociéte Générale foi a instituição escolhida para cuidar do financiamento.
Intermediações desse tipo são corriqueiras no mundo dos negócios.
O problema, segundo os promotores suíços, é que Lannelongue não se restringiu a dar consultoria financeira à Eletropaulo e à Alstom. Ele teria recebido recursos da Alstom que podem ser caracterizados como propina, ainda de acordo com a visão da Promotoria.
* com informações do jornal Folha de S. Paulo, em 3/7/2009