FORA TEMER

O pedido será apresentado pelas entidades da sociedade civil e será apoiado pelos parlamentares da oposição. Também será feito um pedido de alteração da Constituição permitindo a eleição direta para presidente mesmo após três anos da eleição formal.
A Central de Movimentos Populares (CMP), se somará a outras entidades de movimentos populares e sociais e protocolará na terça-feira, dia 06/12, às 15h, junto ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o pedido de impeachment do presidente Michel Temer, que se envolveu diretamente no patrocínio de interesse privado no caso do imóvel adquirido pelo seu então ministro da secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.
O escândalo envolve empreendimento imobiliário de luxo, no valor de R$ 2,9 milhões, localizado na cidade de Salvador e adquirido por Geddel, que pressionou o ex- ministro da Cultura, Marcelo Calero, por ao menos cinco ocasiões, para que este mudasse o parecer do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), contrário à aprovação do imóvel de 30 andares nos arredores de área tombada.
Procurado pelo então ministro da Cultura Marcelo Calero, o presidente Temer foi informado da pressão que estava sofrendo por parte de Geddel para que obrigasse o Iphan alterar o parecer.
De acordo com Calero, o presidente da República tomou partido, disse que a situação estava causando dificuldades operacionais e sugeriu o envio do caso para a AGU (Advocacia Geral da União) que teria condições de ajudar. Ainda segundo o ex- ministro, a AGU construiria um argumento de que não poderia haver decisão administrativa do Iphan.
Para o senador Lindbergh, (PT-RJ) este pedido é resposta certa para o tamanho da crise política violentíssima, que envolve diretamente o presidente, que cometeu crime de responsabilidade, ele fez advocacia administrativa, afirmou o senador.
O senador explicou que deputados petistas irão entrar com pedido de alteração na Constituição para permitir que, caso aconteça um impeachment em 2017, o processo de eleição de um novo presidente se dê por voto direito. Pelo formato atual, a eleição seria indireta, feita pelos deputados federais.
Eu sinceramente acho que o País está em uma crise econômica, política e social do tamanho do mundo, só tem um jeito de dar força a um presidente da República, é legitimar nas urnas, aí você pode aplicar um projeto, seja ele qual for.
Para Raimundo Bonfim, coordenador da CMP e advogado, “não resta dúvida de que o presidente da República cometeu crime de responsabilidade ao mediar interesse privado em benefício de seu ex-ministro”.
Bonfim destaca que a CMP entende que o presidente Temer não tem legitimidade, porque sua chegada à presidência é resultado do golpe e, agora, não tem mais condições políticas de permanecer no cargo ao ser flagrado cometendo crime de responsabilidade. Além disso, o país está mergulhado numa crise econômica e social sem precedente.
Assessoria de Imprensa PT Alesp