Gastança

Matéria publicada pelo Site Diário do Centro do Mundo, de autoria de Pedro Zambarda de Araujo, aponta que Roger Ferreira, sócio-diretor da agência de comunicação Fator F, é destaque nas planilhas de publicidade do governo Geraldo Alckmin como beneficiário de contratos nos anos de 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2016.
Ferreira, homem forte da comunicação do PSDB, foi assessor e secretário de comunicação do governo Alckmin entre 2004 e 2006. Também assessorou e coordenou as campanhas de Fernando Henrique Cardoso em 1998 e a de José Serra em 2002.
Neste ano, a Fator F aparece junto com a A2 Comunicação em duas ocasiões. Entre janeiro e março, as duas levaram R$ 1.318.147,35. Já entre março e setembro, faturaram R$ 1.932.078,99 milhão.
Roger já esteve no centro de denúncias de irregularidades do governo Alckmin entre 2005 e 2006 esteve envolvido no Escândalo da Nossa Caixa entre 2005 e 2006. Uma denúncia anônima no Ministério Público dava conta que o esquema movimentou pelo menos R$ 28 milhões.
O caso envolveu as agências Colucci & Associados Propaganda Ltda. e a Full Jazz Comunicação e Propaganda Ltda.
Carlos Eduardo Monteiro, presidente da Nossa Caixa, afastou Jaime de Castro Júnior, gerente de marketing, e convocou um novo edital no valor de R$ 40 milhões. O banco teria reclamado de politização do assunto.
Segundo a Folha de S. Paulo documentos confirmaram que o Palácio dos Bandeirantes interferiu para beneficiar com anúncios e patrocínios os deputados estaduais Wagner Salustiano (PSDB),
Geraldo Bispo Gê Tenuta (PTB), Afanázio Jazadji (PFL), Vaz de Lima (PSDB) e Edson Ferrarini (PTB).
As verbas eram direcionadas para financiar anúncios nas emissoras, jornais e revistas deles, como Rede Vida e Rede Aleluia de Rádio. Outro veículo beneficiado foi a revista Primeira Leitura, criada por Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações de FHC e editada por Reinaldo Azevedo. Ela deixou de circular em junho de 2006 por falta de anunciantes.
O líder do PT na Assembleia naquele período, Enio Tatto, chegou a convocar o presidente da Nossa Caixa para prestar esclarecimento. Houve uma intenção de convocar uma CPI. Os políticos do PSDB conseguiram abafar. Roger Ferreira pediu demissão.
Menos de um ano depois, em 2007, ele estaria prestando serviços para a pasta da Educação do governo estadual através de sua recém-criada Fator F.
Atualmente, a Fator F atende a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Tem 20 funcionários em sua sede, mais os contratados para atuar junto aos clientes e ao governo estadual.
Imprensa PT Alesp