Modo tucano
o caso do site Implicante trouxe à tona uma complexa rede de “amizades”, cargos e pagamentos por parte do governo Alckmin. O Viomundo trilhou esse caminho, que passa por uma série de contratos de publicidade.
Leia abaixo a reportagem publicada nesta quinta-feira (23/4)
Primeiro a Folha de S. Paulo denunciou que o governo Alckmin paga 70 mil reais por mês a uma empresa que faz assessoria de redes sociais para a Secretaria de Cultura, empresa que coincidentemente pertence ao editor de um site antipetista, Fernando Renato Garcia Gouveia. Curiosamente, o site Implicante dedicou uma boa dose de posts a denunciar a blogosfera de esquerda como sendo chapa-branca. Para quem indiretamente leva 70 mil mensais de um governo tucano, é muita cara-de-pau!
Em seguida o Diário do Centro do Mundo revelou que Gouveia tem uma sócia importante: Cristina Ikonomidis. Ela já chefiou a comunicação da Pasta à qual o sócio de hoje presta serviços.
Agora o Viomundo revela que, pelo menos entre 2009 e 2011, Ikonomidis foi conselheira da Codasp, a Companhia de Desenvolvimento Agrícola do Estado de São Paulo.
Segundo o Diário Oficial, Cristina foi eleita em 28 de abril de 2009 e ainda integrava o Conselho de Administração da CODASP na data da edição acima, 02 de junho de 2011.
Do desenvolvimento agrícola às redes sociais, isso é que é expertise!
Mais uma vez segundo a Folha, Cristina é casada com Juliano Nobrega, que foi segundo na Subsecretaria de Comunicação do Palácio dos Bandeirantes.
Juliano trabalhava sob o ex-repórter da Veja Marcio Aith, cuja empresa, a Terra Roxa Conteúdo Jornalístico Ltda., recebeu entre 4 de agosto e 25 de outubro de 2010 o valor de R$ 663.000,00 da campanha do tucano José Serra.
Da campanha Aith migrou para o Palácio dos Bandeirantes sob Alckmin.
Juliano Nobrega, que é filho do ex-ministro Mailson da Nobrega, trabalhava sob ele até o início de 2015.
Segundo o Escrevinhador, deixou o cargo para a iniciativa privada: hoje trabalha na empresa de assessoria de comunicação CDN, cuidando da conta da Sabesp.
Entre 2013 e 2015, segundo a execução orçamentária, o governo paulista pagou mais de R$ 9,3 milhões à CDN.
Confiram abaixo:
O que isso significa?
Que Juliano trabalhou nas duas pontas do balcão. De um lado, no governo contratador da CDN. De outro, prestando serviços à empresa contratada.
Enquanto isso, a esposa dele também deixou o governo e tornou-se sócia da Appendix, outra empresa contratada pelo governo via Propeg.
Segundo a Folha, Juliano, o marido, assinou uma das ordens de serviço que beneficiaram a Appendix, empresa da qual sua própria esposa depois se tornou sócia.
É a famosa porta giratória entre público e privado.
Como se vê, os tucanos já não fazem diferença entre um e outro.
Basta lembrar da Sabesp, cujos acionistas foram beneficiados ao longo dos últimos anos com dinheiro que a empresa deveria ter investido em captação de água. No desespero, com a falta iminente de água, o governo paulista está investindo um caminhão de dinheiro, inclusive federal, para resolver o problema. Dinheiro público.
E os investidores privados da Sabesp, majoritariamente fundos de pensão estrangeiros? Agora vão faturar com o aumento da tarifa da água!