Omissão do Estado provoca morte de toneladas de peixes no interior

01/12/2014

Descaso

Omissão do Estado provoca morte de tonelada de peixes no interior

Cerca de 40 toneladas de peixes foram mortas pela manta de poluição que escureceu as águas do rio Tietê, na quinta-feira (27/11), em Salto, no interior de São Paulo. A mortandade é a maior já registrada no município, segundo o secretário de Meio Ambiente de Salto, João De Conti Neto.

Cardumes que subiam o rio Tietê para desovar nesta época de piracema entraram no córrego do Ajudante, numa tentativa de fugir da manta poluidora. Mas o córrego, que é raso, não tinha oxigênio suficiente e os peixes morreram asfixiados.

Na quinta-feira, as águas do rio Tietê que passa por Salto amanheceram preta e viscosa. Segundo a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e a própria Secretaria do Meio Ambiente saltense afirmam que o fenômeno foi causado pelo grande volume de chuvas que atingiu a Capital e grande São Paulo no final de semana e início da semana.

Para evitar enchentes e alagamentos, as barreiras ao longo do rio foram abertas levando o lodo das barragens e agitando o fundo do rio, fazendo com que a sujeira depositada no leito subisse. “Mais uma vez o interior paga pelo descuido de São Paulo e outros municípios. O Tietê virou uma grande lata de lixo para muitos, lata de lixo para muitos, mas ele tem vida no interior. Precisamos preservar”, alerta, João De Conti Neto.

O desastre ambiental causou revolta nos moradores, que protestaram com lenços, rostos pintados e cartazes na beira do rio, enquanto equipes da prefeitura trabalhavam, das 7h de sábado às 16h de ontem, para retirar os peixes, que já atraíam urubus. Foi preciso usar uma retroescavadeira para retirar o material da água.

Os peixes eram colocados em caminhões e, depois de pesados, eram enterrados. Mesmo assim, centenas de quilos não puderam ser retiradas e espera-se que sejam levadas pela correnteza com as próximas chuvas. “Fizemos 11 viagens de caminhão. É o maior desastre dessa natureza no nosso município”, disse o secretário. Para Conti Neto, “o mais revoltante” é que o município nem sequer foi avisado da existência da manta poluidora e não pôde fazer quase nada. “Fomos pegos de surpresa na madrugada de quinta-feira.”(rm)

Com informações Site Globo.Com

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