Falta de água
O descaso com o abastecimento de água e a leniência do governo Alckmin em adotar medidas para conter a crise da água tem potencializado o risco da população conviver com a falta de água, sinalizada com o rodízio agora admitido pelo governo, medida esta que deve antecipar o racionamento de água.
Após mais de um mês de redução diária dos níveis dos reservatórios, a Sabesp admite em documento oficial a possibilidade de implantar rodízio de água em São Paulo ainda este ano, na contramão dos pronunciamentos do governador Geraldo Alckmin que até então, vinha repetindo que era preciso aguardar o resultado das medidas de estímulos à redução do consumo de água.
A queda do nível da água do sistema Cantareira alcançou o patamar mais baixo da história e coloca em risco o abastecimento de 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo.
Apesar da negativa do governo Alckmin, a falta de água já é uma realidade vivida pela população de São Paulo. No mês passado moradores da zona norte da cidade de São Paulo denunciaram que vêm enfrentando o racionamento de água a cerca de 20 dias, o que foi contestado pelo governador, ao ser abordado pela imprensa numa atividade na região.
Mais recentemente a falta de água chegou a região central da capital, lavando ao fechamento antecipado de bares e teatros que normalmente estendem suas atividades até a madrugada, enquanto as torneiras secam por volta da meia noite as 9h.
Além da população paulistana há queixas também de moradores da região de Campinas que tem sido penalizada com o racionamento de água.
Morte de peixes
A crise da água tem provocado outros danos, como a mortandade de 6 toneladas de peixes registrada em fevereiro no Rio Piracicaba, em consequência da baixa vazão do manancial, das cidades do interior abastecidas pelos rios que fornecem água para a Grande São Paulo, por meio do Sistema Cantareira.
O Ministério Público Estadual recebeu laudo da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) que confirma que a mortandade de 6 toneladas de peixes registrada em fevereiro no Rio Piracicaba foi provocada pela baixa vazão do manancial.
Investigação
O Ministério Público de São Paulo anunciou a instauração de inquérito para apurar uma possível má gestão da água no Estado e o descumprimento da outorga que concedeu à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) o direito de explorar o Sistema Cantareira.
A informação sobre o inquérito é do promotor do Meio Ambiente, José Eduardo Ismael Lutti, que destacou que uma das principais exigências da outorga é que a Sabesp tomasse medidas para não ficar tão dependente do Sistema Cantareira. (rm)
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