Reitor
Nesta quarta-feira (17/9) o reitor da USP, Marco Antonio Zago, finalmente compareceu à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Carlos Neder, para prestar esclarecimentos sobre a crise financeira pela qual passa a universidade.
Zago afirmou que a USP gasta mais do que recebe. Em 2013, houve déficit orçamentário de R$ 1 bilhão, que deve se repetir esse ano, concluiu.
A deputada Telma de Souza lembrou que por trás de uma questão financeira há uma decisão política. Se gasta mais do que recebe, falta planejamento. Sem uma visão política que priorize a Educação não chegaremos a lugar nenhum, afirmou a deputada, que cobrou uma rápida ação de planejamento do reitor para que os parlamentares possam apresentar propostas de repasses para a USP no Orçamento 2015.
Telma também questionou Zago sobre a greve da USP, que já dura mais de 100 dias devido à falta de diálogo da reitoria com os funcionários sobre os dias parados. Representantes da categoria dizem que o reitor não está respeitando o direito de greve.
A desvinculação do Hospital Universitário também foi tema da oitiva. Hospitais administrados por universidades são coisa do passado, disse Zago, justificando que os leitos desses hospitais são mais caros devido aos gastos com altos salários. Funcionários presentes à audiência descordaram do reitor.
Representantes de entidades foram unânimes ao afirmar que não há transparência nas contas da USP, assim como não houve transparência na decisão de reabrir o campus da USP Leste, apesar de haver lá 110 mil m³ de terra contaminada.
O presidente da Adusp, Ciro Correia, cobrou que, antes da auditoria prometida pelo reitor, que seja passada a base de dados para acompanhamento. Porque quem paga por uma auditoria não raro influencia no seu resultado, declarou Ciro.
A falta de transparência e de diálogo por parte do reitor também foi criticada pelo deputado Adriano Diogo. O senhor me desrespeitou, não me recebeu na reitoria, disse o deputado que foi, com horário marcado, acompanhado por outros parlamentares.
Questionado sobre os prédios comprados na gestão anterior, Zago disse que realmente não houve critério para a compra e que agora a USP tentará vende-los. (FF)