Cidadania
Em depoimento à TVPtalesp, o presidente da Comissão Estadual da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Adriano Diogo, afirma que o reconhecimento do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra como torturador pelo Tribunal Justiça de São Paulo é consequência da implantação das Comissões da Verdade e da importância que alguns setores de comunicação estão dando à recuperação da memória do país.
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O Brasil precisa se reecontrar com a sua história. O Estado brasileiro precisa pedir perdão oficial para os brasileiros pelas atrocidades aqui cometidas, que devem ser descritas e julgadas, defendeu Adriano Diogo que é também presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e ex-preso político.
Justiça reconhece Ustra como torturador
O Tribunal de Justiça de São Paulo reconheceu, por unanimidade, em julgamento, que Carlos Alberto Brilhante Ustra é um torturador. A sentença foi dada na tarde de 14 de agosto. Durante o julgamento, do lado de fora, aconteceu um ato organizado por diversas entidades de defesa dos Direitos Humanos.
Os desembargadores negaram recurso contra a sentença de primeira instância da 23ª Vara Cível de São Paulo que responsabiliza o militar pelas torturas cometidas no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). O centro, que funcionava próximo ao Parque Ibirapuera, na zona sul paulistana, foi comandado por Ustra entre 29 de setembro de 1970 e 23 de janeiro de 1974.
Os autores da ação, Maria Amélia Teles, o marido César Augusto Teles e a irmã Crimeia de Almeida foram presos em 1972 e torturados no DOI-Codi. No processo, os Teles não pediram qualquer tipo de indenização ou punição para o coronel, apenas que ele seja responsabilizado civilmente pelas sessões de tortura.