População da periferia denuncia o aumento de homicídios praticados por PMs

19/09/2012

Audiência pública

Moradores da comunidade do Bombeiro na Zona Sul da Capital paulista participaram de audiência pública para denunciar casos de homicídios praticados por policiais militares, exigindo sua devida apuração. A audiência ocorrida nesta quarta-feira (19/9), na Assembleia Legislativa, foi organizada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Adriano Diogo, SOS Racismo, MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, e lideranças comunitárias.

Em junho último, dois líderes comunitários – Adílio Bezerra de Sá e Orlando Lira Rodrigues – foram brutalmente assassinados na comunidade e segundo testemunhas, que não se identificaram por medo de represálias, os tiros teriam sido disparados por policiais militares. Outro morador, o PM Joel Juvência da Silva, que havia prometido investigar e denunciar o crime também foi executado.

“Este tipo de execução tem sido cada vez mais frequente nas comunidades pobres e não são esclarecidos. A cena do crime é limpa pelos executores e testemunhas amedrontadas não querem prestar depoimentos”, explica Guilherme Boulos, coordenador do MTST. “Muitos outros homicídios semelhantes, também cometidos por policiais militares, ocorrem nas periferias da capital, de Embu das Artes e de Taboão da Serra, o que mostra que há um grupo de extermínio atuando dentro da corporação”, continuou Boulos.

O presidente do Condepe – Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana – alerta que em julho, só na Capital, foram 81 casos por “resistência seguida de morte” e praticamente todas “aconteceram contra os chamados ‘PPP’ – preto, pobre, periferia”.