Presidente da Sabesp é intimada a depor na CPI da Sabesp

19/09/2014

Crise da água

Após não comparecer à reunião da última quarta-feira (17/9) da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Sabesp, a presidente da empresa, Dilma Pena, foi intimada a prestar esclarecimentos aos vereadores na reunião da próxima semana, dia 24.

Antes de aprovarem o requerimento, os parlamentares tentaram entrar em contato com Dilma para verificar se ela compareceria à CPI sem necessidade de intimação, mas não houve retorno.
Um dos questionamentos que deve ser feito à presidente da Sabesp é sobre o método de cálculo das perdas de água. Documento de fevereiro de 2014 obtido pela CPI aponta que as perdas de água no sistema de abastecimento da Sabesp oscilaram em torno de 32% e que não houve alteração significativa nesse percentual nos últimos quatro anos.

O documento é uma nota técnica da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp). Ele informa que o índice de perdas utilizado pela Arsesp para estabelecer as metas de redução que a Sabesp deve cumprir é o volume total de água perdido, expresso como percentual do volume total produzido nas plantas de tratamento da Sabesp. De acordo com esse conceito, a Sabesp perdeu 32,8% do volume produzido em 2009, 32,2% em 2010, 30,7% em 2011 e 32,1% em 2012.

Ainda segundo o documento da Arsesp, a Sabesp utiliza outro conceito de perdas na divulgação de seus relatórios: o conceito de perdas de faturamento. Como a Sabesp realiza a cobrança compulsória de um mínimo mensal de 10 m³ mesmo quando o cliente consome menos, ela fatura um volume superior ao que efetivamente forneceu. Por causa disso, a perda de faturamento obtida neste cálculo fica inferior às perdas efetivas.

Segundo a Arsesp, nas contas da agência, de 2009 a 2012, a perda total de água da Sabesp variou de 32,81% a 32,12%, índice considerado insuficiente pela Agência, que estabeleceu como meta mínima a ser atingida ao final do atual ciclo tarifário (2012 a 2016) uma perda de 27%. Isso significará uma redução de volume produzido devido a redução adicional de perdas, em 2016, de cerca de 136,4 milhões de metros cúbicos, que corresponde a 4,3 m3/s. Esse volume corresponde praticamente a vazão do Sistema Produtor São Lourenço (capacidade para atender 1,5 mm de pessoas na RMSP) cuja vazão média é de 4,7 m3/s.

*com informações do Portal G1 e Ass. Imprensa da Câmara Municipal de São Paulo

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