Professores em greve passam a noite na Assembleia

16/04/2015

Sem diálogo

Cerca de mil professores da rede estadual, em greve há 33 dias, lotaram a audiência pública que aconteceu na Assembleia Legislativa na tarde desta quarta-feira (15/4).

Eles afirmam que o governo Alckmin se recusa a abrir negociação com a categoria que reivindica, principalmente, reajuste salarial, reabertura de classes e melhores condições de trabalho.

Depois da audiência, os professores seguiram para o plenário para acompanhar a sessão e pressionar a abertura de diálogo.

A entrada no plenário foi dificultada pela Polícia Militar, que revistava os manifestantes, exigia apresentação de documentos e confiscava faixas. Os policiais chegaram a proibir a circulação dos professores, inclusive o acesso ao banheiro.

Mas, com todas as dificuldades, a palavra de ordem era: “Não tem arrego!”

Deputados da Bancada do PT ficaram ao lado dos professores garantindo o direito de permanecerem nas galerias do plenário e de circularem, inclusive para se alimentar.

Durante a sessão, os parlamentares petistas manifestaram apoio à greve. O líder da Bancada do PT, deputado Geral Cruz, solicitou ao presidente da Casa, deputado Fernando Capez, que assumisse o compromisso de interceder junto ao governo do Estado para que fosse aberto o diálogo com os professores.

Porém, o presidente Fernando Capez e a base aliada do governador Geraldo Alckmin decidiram, de forma arbitrária, encerrar a sessão. Capez apenas se comprometeu a ouvir uma comissão formada por dez professores no plenário nesta quinta-feira (16/4) às 16h.

“A comissão de professores você já recebeu. Agora queremos algo mais concreto: falar com o governo”, insistiu o líder petista, Geraldo Cruz.

Os professores decidiram, então, permanecer na Casa até sexta-feira (17/4), quando terão nova assembleia no vão livre do Masp. A professora Cida Maia afirmou que a ocupação da Assembleia representa o esgotamento das tentativas de negociação com o governo. “O cansaço está mais na alma do que no corpo. É muito desgastante você ter 25 anos de sala de aula e ter que passar por isso para abrir um canal de diálogo, para ser valorizada do jeito que merece”, desabafou a professora. (FF)