Professores prevêem ano de mobilização por melhoras na educação

06/01/2015

No Estado de SP

Professores prevêem ano de mobilização por melhoras na educação pública paulista

Presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Noronha aponta quadro de precarização das contratações, falta de recursos básicos nas escolas e anuncia possibilidade de greve

Em entrevista à Rádio Brasil Atual nesta terça-feira (6/1), a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, a Bebel, afirmou que o ano de 2014 terminou de maneira não muito positiva para o setor. “Não há qualidade de ensino nas escolas públicas paulistas estaduais”, resumiu.

A dirigente disse não ser possível qualquer perspectiva otimista com um orçamento que não prevê os recursos necessários para o desenvolvimento da educação no estado e promete mobilização. “A luta está sempre no horizonte. Vamos fazê-la, com certeza”.
Outro destaque no último ano, segundo Bebel, foi a pesquisa realizada pela Apeoesp, junto ao instituto Data Popular, que mapeou os principais anseios e problemas da educação paulista. A insegurança no local de trabalho foi apontada pelos professores como a questão mais grave. No levantamento, os estudantes pedem por uma escola mais `significativa` e os pais almejam por uma formação cidadã para seus filhos.
“A Apeoesp bate nessa tecla, de que a escola que aí está foi importada por d. João VI, que nada mudou. E os pais e alunos também dizem que é preciso mudar o espaço da escola. A escola de hoje é a mesma em que eu estudei e precisa ser transformada”, disse, ao afirmar que o modelo atual de escola pública está ultrapassado.
Outra importante questão abordada pelo sindicato em 2014 foi o combate à precarização da contratação do professor na sua forma mais extrema, a chamada `categoria O`.

“O professor ‘categoria O’ é aquele que não fez ou não passou no concurso. Ele vai cobrir, como eventual, as faltas daqueles que tiraram licença, ou em vagas ociosas pela falta de professores”, explica a presidenta da Apeoesp. “A contratação é indigna. Não dá para aceitar. Esse professor assina um contrato temporário de um ano, só que se ele quiser voltar a dar aulas no mesmo regime, no ano que vem, ele não pode. Tem que ficar um ano fora para só então retornar”.

Além da precarização da contratação, o sindicato recebe denúncias diárias que dão conta da falta de insumos básicos nas escolas, de papel higiênico a material de escritório. “Passadas as eleições, tiraram o pouco do dinheiro que tinha no caixa das diretorias regionais de ensino. Se não bastasse a falta d’água. Temos um quadro muito difícil. Quero crer que a categoria virá para a rua mesmo, porque não vejo outra saída”.

Tal quadro, além das reivindicações salariais, colabora para um prenúncio de greve no ano que se inicia, que, segundo a presidenta, pode ocorrer já a partir de março.

fonte: Rede Brasil Atual

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