Dersa erra
Dersa erra: projeto de paisagismo da Marginal do Tietê não é sustentável
O projeto de paisagismo da Marginal do Tietê começou errado em uma questão importante: não foi observada a vegetação original. A maioria das espécies plantadas ali são estrangeiras ao local. Há árvores de Mato Grosso e do Rio Grande do Sul, mas há pouquíssimas árvores paulistas. A observação é do ambientalista e biólogo, Ricaro Cardim, e consta de reportagem do jornal O Estado de SP (7/1/13).
Segundo ele, para ser sustentável, o paisagismo precisa contemplar espécies que existiram originalmente na região: a várzea do Tietê era um local muito rico em espécies que não são muito difíceis de se encontrar hoje em dia, como pau-viola, camboatã e figueira-brava. Os técnicos não tiveram essa sensibilidade.
Outra crítica apontada por Cardim é quanto ao plantio na época errada. Qualquer agricultor sabe que a temporada de chuvas é a melhor para a planta. A chance de crescer é muito maior. Vi muitas árvores serem plantadas na Marginal no período de seca. Esse foi o principal fator de perda de mudas, explica.
Obras cortaram 717 plantas
A reforma da Marginal do Tietê, que foi parcialmente inaugurada em março de 2010, provocou o corte de 717 árvores. As novas pistas ainda foram responsáveis por impermeabilizar 19 hectares de solo – ou 30 campos de futebol.
Inicialmente, a Prefeitura exigiu o plantio de 83 mil mudas para compensar o impacto ambiental do empreendimento, executado pela Dersa. Em 10 de setembro, reportagem do Estado mostrou que a estrada-parque da zona leste, parte da compensação, exigiu o corte de 8.137 árvores. A Dersa só replantou o mesmo número de espécimes retiradas.
fonte: O Estado de S. Paulo