Arbitrariedade
A Polícia Civil é acusada de ter agido com objetivos políticos e eleitorais no episódio da detenção de líderes do Movimento dos Sem-Terra, o MST, na última terça-feira, 26 de janeiro, nos municípios paulistas de Iaras e Borebi.
Coordenador da Frente Parlamentar Pela Reforma Agrária, o deputado Simão Pedro, denuncia que a ação policial que resultou em nove prisões foi acompanhada por um repórter da retransmissora local da TV Globo. Entre os detidos estão a vereadora petista Rosemeire de Almeida Serpa e o presidente do PT de Iaras, Xavier Edilson Granjeiro, que foi o candidato do Partido à Prefeitura.
Os detidos são acusados de participar, no ano passado, da destruição de um laranjal de uma fazenda da Empresa Cutrale, que ocupa um terreno que pertence ao INCRA. O PT é contra a depredação, apesar de a fazenda da Cutrale estar em uma área pública. Mas, a prisão dos suspeitos foi armada de forma sensacionalista com equipe de TV, para vincular o Partido dos Trabalhadores ao episódio, disse o deputado Simão Pedro que, juntamente com o deputado José Cândido, tem questionado a Justiça e Secretarias Estaduais sobre a arbitrariedade da ação.
Dos nove detidos, sete permanecem presos em diferentes municípios, com o direito de defesa reduzido, já que os advogados estão enfrentando dificuldades para ter acesso aos documentos referentes à detenção.
Durante a prisão, os policiais apreenderam fertilizantes, ferramentas e outros utensílios agrícolas dos trabalhadores, o que demonstra, na opinião do deputado Simão Pedro, a intenção de acusar os detidos de furto à fazenda da Cutrale.
O senador Eduardo Suplicy e o coordenador nacional da área de movimentos sociais do PT, ex-deputado Renato Simões, também cobram informações sobre o episódio, já que os detidos são réus primários, têm endereço fixo, atividade profissional e, portanto, estavam à disposição da Justiça.
“O episódio mostra o que pode ser a política de José Serra em relação aos movimentos sociais, caso seja eleito presidente”, disse o deputado Simão Pedro. Representantes da Comissão Pastoral da Terra também denunciam que a operação faz parte de uma ofensiva para criminalizar os movimentos sociais.
Participantes do Fórum Social Mundial, que acontece