PT pode pedir suspensão de licitação da linha verde do Metrô

29/08/2008 16:08:00

Tucanagens

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O líder do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Roberto Felício, explicou que a Bancada petista pode pedir a suspensão da licitação da obra da linha verde do metrô paulista, diante da denúncia de direcionamento dos vencedores.

O resultado da licitação para a ampliação da linha 2 – verde no trecho do Alto do Ipiranga até Vila Prudente, no valor de mais de R$ 200 milhões, antecipado pela Folha Online oito horas antes da abertura dos envelopes. A antecipação mostra que a concorrência pode ter sido direcionada, de forma a dar vitória ao consórcio liderado pela Camargo Corrêa.

Roberto Felício disse que a Bancada do PT se reunirá, no próximo dia 2 de setembro, para debater o assunto e poderá pedir a suspensão da licitação. “Não acredito que a Camargo Corrêa tenha sido favorecida gratuitamente”, afirmou o líder do PT. Ele salienta que alguém pode ter sido beneficiado financeiramente ou politicamente. “São coisas que alimentam o caixa da campanha ou contas bancárias pessoais”, disse Felício.

O deputado avalia que as irregularidades no metrô começaram na gestão de Mário Covas, mas perduram no governo de José Serra. “O Serra não substituiu os métodos”, afirmou o líder petista.

Consórcio Camargo Corrêa/Queiroz Galvão venceu a licitação

O consórcio Camargo Corrêa/Queiroz Galvão apresentou a “melhor” proposta – R$ 219,7 milhões para executar a obra, ou seja, 12% acima dos R$ 196 milhões previstos pelo Metrô. A segunda colocada foi a Andrade Gutierrez, que pediu R$ 222,1 milhões. A terceira colocada foi a OAS (R$ 226 milhões). Para excluir quatro das oito empresas que disputavam a licitação, o Metrô usou um parecer técnico da Ieme Brasil, empresa contratada como projetista da 2-Verde. Ela prestou serviço à Camargo Corrêa.

O procedimento é contestado administrativa e judicialmente pelas perdedoras (Galvão/Engevix; Iesa Consbem/Serveng; Carioca/Convap/Sultepa; Tejofran/Somafel). Pela Lei das Licitações (nº 8.666), a Ieme não poderia participar nem “direta” nem “indiretamente” do processo. O Metrô informou a exclusão das quatro empresas no “Diário Oficial” do Estado da última terça (26/8). Para fundamentar essa decisão, em vez de produzir um parecer próprio, a direção do Metrô usou o que a Ieme fez para a Camargo Corrêa. Ou seja, o Metrô usou o argumento de uma das concorrentes para desclassificar as demais. Para especialistas, o processo foi “contaminado”.

Cratera

As construtoras Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e OAS foram consideradas pelo Metrô as únicas aptas a participar da licitação, das que apresentaram proposta. As demais foram desconsideradas por não cumprir critérios jurídicos ou técnicos. A escolha dessas construtoras ocorreu em meio à polêmica: elas integram, ao lado da Odebrecht, o consórcio Via Amarela, responsável pela construção da linha 4-Amarela. Em janeiro de 2007, um dos canteiros de obra da linha ruiu, matando sete pessoas. As obras para a expansão da linha 2-Verde até a Vila Prudente já começaram.

 

 

 

* com informações da Folha de S. Paulo e FolhaOnline

 

 

 

 

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