Propinoduto tucano
PT pede convocação de Robson Marinho para explicar envolvimento com Alstom
Os deputados do PT na Assembleia Legislativa querem convocar o vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Robson Riedel Marinho, para prestar esclarecimentos na Assembleia Legislativa sobre denúncias de favorecimento à multinacional francesa Alstom. O líder da Bancada, João Paulo Rillo, e os deputados Alencar Santana, Geraldo Cruz, José Zico Prado, Isac Reis e Luiz Moura são autores de requerimentos de convocação apresentados nesta quarta-feira (21/5) nas comissões de Infraestrutura e de Fiscalização e Controle.
Os deputados pedem que Marinho preste esclarecimentos sobre propinas pagas pela empresa Alstom a empresas de consultoria ligadas ao atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para obter vantagens em contratos com o setor elétrico. Alvo também de inquérito do Ministério Público de São Paulo para apurar as operações da empresa Rumo Certo, que pertence a Marinho, o conselheiro vem sendo investigado pelo MP-SP desde 2008 num processo de improbidade administrativa, quando teve cerca de US$ 1 milhão bloqueado numa conta na Suíça. O conselheiro foi secretário da Casa Civil do governador Mário Covas, que o indicou para o TCE.
De acordo com as investigações, ele é suspeito de ter recebido propinas pagas pela Alstom no fechamento do aditivo de um contrato de fornecimento de estações de energia ao Metrô e à CPTM. O contrato foi assinado pela Alstom/Cegelec, em 1998, com a Eletropaulo/EPTE, então controladas pelo governo paulista.
É indispensável aprofundar o debate sobre estas graves acusações envolvendo o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, destaca João Paulo Rillo. A convocação de Marinho deverá ser deliberada na próxima reunião das comissões.
PT já pediu afastamento de conselheiro ao Ministério Público
E março, a Bancada petista protocolou junto à Procuradoria Geral de Justiça pedido de afastamento cautelar de Robson Marinho, de suas funções, enquanto perdurarem as investigações de participação no esquema de favorecimento e recebimento de propina.
No documento protocolado no MP é ressaltada, ainda, a necessidade que a reputação ilibada é conduta a ser observada no exercício das atribuições do cargo de conselheiro.
Robson Marinho foi coordenador da campanha que elegeu Mário Covas governador de São Paulo (1995-2001). Foi chefe da Casa Civil de 1995 a abril de 1997 e foi nomeado por Mário Covas, Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo em 1997, onde permanece até hoje. (vg/sc)