PT quer debater com população projeto tucano que privatiza parques públicos

03/06/2013

Privatização tucana

Requerimentos dos deputados do PT, Ana do Carmo, Luiz Claudio Marcolino, Marcos Martins e Professor Tito, solicitando a realização de Audiência Pública para debater o projeto de lei 249/13, deverá ser apreciado na reunião da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que acontece nesta terça-feira (4/6), na Assembleia Legislativa.

O projeto de lei de autoria do governador Alckmin, autoriza a concessão à iniciativa privada, por 30 anos, de áreas públicas inseridas em Unidades de Conservação Permanente. São contemplados no projeto os parques estaduais do Pico do Jaraguá, da Cantareira e de Campos do Jordão, além da Estação Experimental de Itirapina e da Floresta de Cajuru. Somados, os parques possuem uma área superior a 20 mil hectares.

O deputado Luiz Claudio Marcolino, líder da Bancada petista disse que “a intenção de privatizar o uso de áreas públicas como estas exige um amplo debate, até para que os interessados tenham a oportunidade de expressar seus pontos de vista”.

Na última semana, o deputado Marcolino utilizou sua fala no plenário da Assembleia Legislativa para criticar o projeto do governo estadual. Marcolino classificou a iniciativa como parte da “sanha privatista do governo de São Paulo”.

Um dos argumentos apresentado na justificativa do projeto pelo secretário do Meio Ambiente, Bruno Covas, é que a concessão aliviaria os cofres públicos, que poderia assim se concentrar na conservação das áreas.

Outro crítico do projeto, o deputado Marcos Martins, membro da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia, ironizou a justificativa do secretário de Meio Ambiente. “A manutenção será feita pelo poder público e a exploração pela iniciativa privada? Quer dizer, o poder público realiza o serviço e as empresas recebem as benesses”, afirmou o deputado em entrevista à Rede Brasil Atual. “Vai pesar no bolso da população. Daqui a pouco a população vai ter de pagar para andar na rua. É mais um pedágio sendo implantado”, concluiu Martins.

Por sua vez, o governo estadual nega que haverá cobrança de qualquer taxa para a população utilizar os parques. “Vai-se ganhar em termos de gestão, com a eficiência da iniciativa privada. É um programa de PPP, não vai ter nenhuma cobrança para entrar no parque, que é público”, defende Alckmin. “O que muda apenas é que a gestão, em vez de ser estatal, será uma experiência de gestão privada, para ter o parque em melhores condições para atender o público. Esse é o objetivo”, explica o governador.

Outro ponto criticado pelos deputados é o uso da expressão “turismo de luxo” na justificativa do projeto. “Quando o secretário Bruno Covas fala em se explorar turismo de luxo, há uma preocupação maior ainda, pois os parques podem ser transformados para o uso de uma elite”, comenta Martins.

A secretaria nega que tenha sido mencionado no projeto o “turismo de luxo”. Porém, na justificativa do projeto, o secretário Bruno Covas diz, referindo-se ao Parque de Campos do Jordão, que “pela localização em cidade turística de alto poder econômico, tem potencial atrativo altíssimo, seja para turismo de aventura, seja para turismo de luxo”.

*com informações da Rede Brasil Atual

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