venda da Nossa Caixa
A Assembléia Legislativa discutiu nesta quinta – feira dia 11/12, em audiência pública a venda na Nossa Caixa, através das Comissõesde Administração Pública, Finanças e Orçamento e Relações do Trabalho, o projeto de autoria do governador José Serra que autoriza a venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil.
Coordenada pelo deputado petista Vicente Candido a reunião contou com a participação integrantes de 7 entidades representativa dos trabalhadores da Nossa Caixa de parlamentares, e do secretário da fazenda Mauro Ricardo Machado Costa.
Os trabalhos foram iniciados com a apresentação de uma breve história da Nossa Caixa e um roteiro de compromissos firmados entre os bancos, exibidos aos participantes pelo secretário.
Machado informou que o banco estatal está presente nos 625 municípios e é responsável pela carteira dos depósitos judiciais e sinalizou o acordo para a ampliação da oferta de programas federais e a continuidade das ações de interesse público, quando aos funcionários citou a possibilidade de manter a integração do quadro após a incorporação.
Quanto ao negócio firmado entre os governos, o valor global pactuado entre o Banco do Brasil e o governo paulista para a incorporação corresponde a R$ 7,56 bilhões (R$ 5,38 bilhões devidos ao Estado e R$ 2,17 bilhões aos acionistas minoritários). O valor será pago em 18 parcelas (de aproximadamente R$ 300 milhões), corrigidas pela taxa Selic.
Garantia dos direitos dos trabalhadores
Dentre os representantes do setor que manifestaram o presidente do Sindicato dos Bancários Claudio Marcolino, lembrou que na década dos anos 90 quando o ocorreu a privatização do Banespa, os tucanos argumentavam que os recursos seriam investidos nos interesses da população. Nós assistimos demissões e fechamentos de agências.Quem nos garante que de fato agora o governo Serra vai investir em melhorias e desenvolvimento do Estado? questionou.
Marcolino cobrou do secretário e dos deputados a necessidade da Lei que autorizar a venda do Banco, deixar expressa as garantias dos direitos dos trabalhadores ativos e aposentados.
Já Pedro Paulo Gaudino, presidente da associação dos funcionários aposentados da Nossa Caixa, lamentou a venda da Nossa Caixa, – não encontro razão que justifique a proposta de sua incorporação pelo Banco do Brasil”.
Bancada petista defende interesses da sociedade paulista
As manifestações do PT tiveram início com a fala do líder da Bancada deputado Roberto Felício, com a descrição das principais emendas das 27 apresentadas pelo partido, em defesa das continuidade dos programas sociais do governo, garantia dos direitos adquiridos dos funcionários, plano de carreira, aposentadorias etc.
Felício ponderou que o presidente Lula estava correto em fortalecer o Banco do Brasil, como aparelho financeiro indutor de desenvolvimento do país, portanto é um bom negócio para o governo federal adquirir a Nossa Caixa, mas São Paulo perderá um banco que tem o papel de ser agente financeiro e percussor de políticas de desenvolvimento regional. Enquanto deputado estadual defendo os interesses da sociedade paulista.
Enio Tatto líder da Minoria enumerou os recursos obtidos pelo governo Serra desde que assumiu a direção do Estado, – R$ 18 bilhões, entre empréstimos, junto aos BNDES e bancos estrangeiros, concessão das rodovias, projetos de elevação tributária e agora a venda Nossa Caixa. Tudo isso para alimentar a volúpia do governador José Serra de fazer caixa e alavancar a sua candidatura para
Marcos Martins, oriundo da categoria dos bancários, narrou as dificuldades dos trabalhadores com a falta de interesse do governo de ampliar a rede de agencias na região de Osasco e destacou em suas críticas no descompromisso do governo tucano com o desenvolvimento do Estado.
Cido Sério por sua vez, lembrou que o governo é transitório, que a instituição Nossa caixa tem 90 anos e que muitos aposentados têm a idade do banco e que suas vidas estão atreladas a história do banco. O papel do banco transcende aos governos e pode ter uma função preponderante no desenvolvimento de São Paulo.
Rui Falcão condenou o tratamento dado aos funcionários no processo de negociação. Foram contabilizadas as agencias, prédios, valores, os números são frios, mas não consideraram o maior patrimônio da Nossa Caixa, as pessoas, os trabalhadores responsáveis pela constituição deste bem da sociedade paulista.
Hamilton Pereira, também protestou contra a venda do Banco. São Paulo perderá um de seus principais instrumentos de políticas de fomento ao desenvolvimento e de políticas públicas de caráter social.
Também participaram da reunião os deputados Vanderlei Siraque, Simão Pedro e José Zico Prado.