PT vai convocar conselheiro do Tribunal de Contas do Estado

03/06/2008 19:01:00

Caso Alstom

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Indignado com manobras governistas que impedem o trabalho de investigação na Assembléia Legislativa, para apurar o desvio de milhões de reais dos contribuintes paulistas, o líder do PT, Roberto Felício, encaminha, nos próximos dias, requerimentos de convocações. O objetivo é apurar as irregularidades entre o governo do Estado e a empresa francesa Alstom e os requerimentos serão protocolados nas comissões temáticas da Casa, entre elas a de Transportes e de Serviços e Obras.

“Iremos solicitar a convocação de Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, que é apontado em matérias da imprensa e admitiu que a sigla ‘RM’ que aparece em documentos que estão sob investigação do Ministério Público suíço realmente diz respeito às iniciais de seu nome”, salientou Roberto Felício.

Robson Marinho, foi chefe da Casa Civil do governo Mario Covas (PSDB) de 1995 a 1997 e, em 1998, viajou para a França para assistir às finais da Copa do Mundo de futebol, com despesas pagas por empresas do grupo Alstom.

Tropa de choque do governo impede até aprovação de requerimentos

“Pela imprensa, o governador José Serra e o ex-governador Geraldo Alckmin afirmam ser favoráveis às investigações sobre o caso Alstom, mas ao que parece a orientação para bancada do governo na Assembléia é diferente”, concluiu o líder petista, deputado Roberto Felício, após a rejeição de sete requerimentos encaminhados à CPI da Eletropaulo, que convocavam diretores das empresas Alstom e Eletropaulo e secretários de Estado, entre 1997 e 1998.

Diante da gravidade das denúncias de pagamento de propinas da empresa Alstom ao governo do Estado, por meio de contratos irregulares, a Bancada do PT “cumprindo o seu papel constitucional de fiscalizar, buscava iniciar o trabalho de investigação pelos contratos da Eletropaulo, utilizando a CPI já instalada que investiga a empresa”, relatou Felício.

Os requerimentos, apresentados pelo líder das Minorias e membro da CPI, deputado Enio Tatto, solicitavam a convocação de José Luiz Alquéres (ex-presidente da Alstom); Brital Pedrosa Soares e Emanuel Sobral (atual e ex-presidente da Eletropaulo respectivamente); Sabino Indelicato (diretor da empresa Acqua Lux); dos ex-secretários de Estado, Mauro Arce e Andrea Matarazzo; além da solicitação de documentos da Asltom, Eletropaulo e da empresa de offshore MCA.

Em uma reunião, nesta terça-feira (3/6), por onde passaram cerca de 30 parlamentares, a maioria governista que integra a CPI rejeitou todos os requerimentos.

Irregularidades tucanas

Segundo os documentos enviados ao Brasil, empresas “offshore” teriam sido utilizadas para repassar, entre 1998 e 2001, até R$ 13,5 milhões em propinas para políticos e autoridades de São Paulo, em valores atualizados. As suspeitas são de que os pagamentos foram feitos por intermédio de serviços de consultoria que nunca existiram, durante os governos de Mário Covas e Geraldo Alckmin.

Recentemente reportagem do jornal O Estado de São Paulo apurou que um único contrato de consultoria teria sido usado para dar cobertura a mais da metade das propinas supostamente pagas, entre outubro de 1998 e 2001, as pessoas ligadas ao governo de São Paulo, então sob o comando do PSDB. Segundo as investigações do Ministério Público da Suíça, o contrato foi fechado entre a Alstom e a offshore MCA Uruguay Ltda. Outras offshores fecharam contratos da mesma natureza.

As propinas inicialmente prometidas a servidores e pessoas ligadas ao governo paulista, pagas por meio da MCA e outras offshores, segundo as investigações do Ministério Público da Suíça, chegariam a quase 15% (R$ 14,7 milhões atualizados) do valor total do contrato entre a Alstom e a Eletropaulo.

 

 

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