Patrimônio Público
A Bancada do PT na Assembléia Legislativa esteve reunida na manhã desta quarta-feira com representantes do Sindicato dos Bancários para discutir o Projeto de Lei 750/2008, que trata da venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil.
Venho a esta tribuna para reafirmar a posição da bancada petista contrária à venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil. O Estado de São Paulo tem um orçamento de mais de R$ 125 bilhões e não há necessidade de abrir mão de uma instituição financeira do porte da Nossa Caixa, declarou o deputado Enio Tatto na abertura dos debates.
O PT empenha-se em assegurar o emprego dos funcionários, os direitos dos aposentados e pensionistas do tradicional banco paulista e o próprio patrimônio público que ele representa. Considerada um banco de fomento, de desenvolvimento e linha de crédito para os pequenos produtores e empresários, a Nossa Caixa emprega hoje 15 mil funcionários. A venda vai mudar a vida de todas estas pessoas. Precisamos nos preocupar em gerar emprego, bem-estar social, trabalho e renda. Mas, o Estado quer alcançar recordes de arrecadação para eleger José Serra à Presidência e é um crime desfazer-se da Nossa Caixa com este propósito, disse o deputado Cido Sério. Bancários da Nossa Caixa acompanharam os debates na tribuna do plenário Juscelino Kubitschek.
O deputado José Zico Prado lembrou o empenho de toda a Bancada do PT, através do líder Roberto Felício, em garantir condições de estabilidade para os funcionários da Nossa Caixa. O correto é o Estado fortalecer a economia e oferecer segurança para a população enfrentar a crise. Vender a Nossa Caixa vai deixar SP ainda mais vulnerável e inviável economicamente, protestou Zico Prado.
A posição da Bancada do PT em defesa do patrimônio e do emprego também foi o foco das críticas do deputado Carlinhos de Almeida. Apresentamos uma série de emendas para preservar os direitos dos funcionários, mas não vamos assinar embaixo de uma decisão equivocada, que contraria os interesses do povo paulista, como é a venda da Nossa Caixa, disse o deputado Carlinhos de Almeida.
Patrimônio dilapidado
Apoiado na sua experiência sindical, o líder da Bancada Petista, Roberto Felício, elogiou o empenho dos representantes dos bancários na luta na Assembléia Legislativa em defesa da garantia de emprego da categoria. A Bancada do Partido dos Trabalhadores estabeleceu um diálogo com os bancários e representantes sindicais na elaboração de emendas para garantir o emprego, condições salariais e um Plano de Cargos e Salários. Temos orgulho de ser co-atores deste processo de preservar o emprego neste momento de crise, lembrou Felício.
A deputada Maria Lúcia Prandi traçou um paralelo entre a venda da Nossa Caixa e a política do governo estadual em relação à educação. Tem uma expressão que os tucanos gostam muito que é o choque de gestão que, na prática, significa, desrespeito aos serviços públicos, seus funcionários e usuários, explicou Maria Lúcia ao justificar o voto contrário da Bancada.
Já o deputado Antonio Mentor citou a venda da CPFL como o mau exemplo da venda de estatais. As tarifas acima da inflação foram apenas um dos problemas desta venda, lembrou Mentor. A bancada da oposição rebela-se contra mais esta venda que contraria os interesses dos trabalhadores da Nossa Caixa.
As críticas à venda do patrimônio público foram unânimes durante todos os expedientes da Assembléia nesta quarta-feira. Já no início da tarde, o deputado Marcos Martins resumiu a estratégia tucana no plenário: O Governo de São Paulo pratica a política do Estado mínimo. Vai vendendo, privatizando em uma sanha para desfazer-se do patrimônio público..