Redução de atendimento em hospitais geridos por OS

03/04/2012

Pacientes denunciam

Pacientes denunciam redução de atendimento em dois hospitais geridos por OS

As denúncias de que pacientes do Sistema Único de Saúde – SUS – estão sem atendimento em diversas especialidades nas unidades dos hospitais administrados pela Organização Social Santa Marcelina, no bairro do Itaim Paulista, na Capital, e no município de Itaquaquecetuba, foi pauta do debate na Comissão de Saúde, presidida pelo deputado Marcos Martins, nesta terça-feira (3/4).

Por iniciativa do petista Gerson Bittencourt, os administradores das duas unidades, Carlos Alberto Paneagua Ferreira e Vivian Hart Ferreira, foram convidados a explicar tal situação na Assembleia Legislativa. As denúncias dão conta de que as consultas foram suspensas ou reduzidas nos serviços de fisioterapia, ginecologia de alto risco, urologia, partos, exames laboratoriais e cirurgias vasculares.

O deputado Gerson Bittencourt questionou os administradores da unidade do Itaim Paulista, Carlos Ferreira, sobre essa redução nos atendimentos de especialistas, a queda de 9% nos atendimentos de emergência e urgência e o superávit na receita de quase R$ 2 milhões no primeiro semestre de 2011.

Segundo Ferreira, a unidade cumpre todas as metas do contrato com o governo do Estado e a redução de algumas especialidades foi devido à falta de demanda. “Se houve queda é porque não houve procura”, afirmou. Com relação ao superávit, ele confirmou que no ano de 2011, a unidade fechou com lucro de cerca de R$ 300 mil.

Diferentemente do Itaim, a unidade de Itaquaquecetuba apresentou um aumento de mais de 30% nos atendimentos de urgência e emergência, com 133 mil pacientes atendidos no ano de 2011.

Neste primeiro momento, ambos foram veementes em afirmar que suas unidades são de porta aberta e que atendem todos que procuram.

Pacientes contestam administradores

Chamados a darem seus relatos pessoais sobre a falta de atendimento, dez pessoas explicaram as dificuldades que passam para fazer seus tratamentos médicos com a descontinuidade de algumas especialidades. Eles também denunciaram que muitas vezes os pacientes são barrados antes da porta de entrada do hospital, pois os funcionários alegam que não há médicos.

Diante destas denúncias, o administrador Carlos Ferreira mudou sua posição de que o corte nos serviços prestados seria pela falta de demanda. Segundo ele, a região do Itaim Paulista com cerca de 500 mil habitantes necessita de ao menos um outro hospital de grande porte para dar o devido o atendimento a toda população local e que há falta de médicos devido aos salários pagos que são mais baixos do que os pagos em regiões mais centrais da Capital. “Seria necessário um aumento no valor do contrato com o Estado para poder pagar mais aos profissionais”, disse Carlos.

Falta articulação entre Estado e município

Ao final da reunião, o deputado Gerson Bittencourt pontuou a falta de articulação da rede de saúde entre o Estado e o município, que não se integram e não dimensionam corretamente as necessidades locais; e que os contratos do governo do Estado com as Organizações Sociais estão defasados em metas e recursos.

Participaram também da reunião, os deputados do PT: Adriano Diogo e Edinho Silva.

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