Debate
No debate sobre a crise no abastecimento de água em São Paulo, realizado nesta terça-feira (21/10) pela Bancada do PT na Assembleia Legislativa, os deputados Adriano Diogo, que mediou a discussão, e João Paulo Rillo, líder da Bancada, reafirmaram que hoje a Sabesp está mais preocupada em obter lucro e destiná-lo aos seus acionistas do que em atender o cidadão.
O vereador e presidente da CPI que investiga o contrato da prefeitura de São Paulo com a Sabesp, Laércio Benko, questionou: Como a Sabesp deixa faltar no seu estoque seu único produto. Não poderia gerar lucro, não teve captação de sua única matéria prima.
Para Benko, o governador Geraldo Alckmin tem passado uma falsa sensação de conforto para a população. Ele tem se utilizado de atitudes paliativas e eleitoreiras, afirmou o vereador.
Representantes de movimentos sociais também participaram do debate e protestaram contra a falta d´água (veja vídeo abaixo). Gilberto Cervinsk, do Movimento dos Atingidos por Barragem, disse que a periferia está sem água e também criticou a privatização da Sabesp. Em 10 anos houve aumento de 95% nas tarifas, redução de trabalhadores e um aumento 30 % no número de ligações, mas não se investiu nada em reservatórios.
Tucanos impedem investigação na Assembleia Legislativa
A Bancada do PT na Assembleia Legislativa há meses tenta coletar assinaturas para protocolar pedido de CPI para investigar as perdas de água da Sabesp. No entanto, a base de deputados do governador Geraldo Alckmin não assina o pedido. Para ser protocolado, são necessárias 32 assinaturas de deputados.
A companhia tem um contrato de R$ 400 milhões com Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), executado desde 2009, mas cuja situação continua a mesma: perde-se cerca de 30% da água tratada para a região metropolitana de São Paulo.
O requerimento de pedido da CPI, de autoria do deputado Marcos Martins, descreve também a investigação da contratação de empresas de ex-diretores da Sabesp, que prestam serviço para a companhia, sobretudo em manutenção de redes.