São Paulo tem número recorde de civis mortos; maioria das vítimas é pobre e negra

09/12/2009 16:42:00

Violência urbana

 

 

Dois dossiês recém-divulgados revelam dados alarmantes sobre a violência em São Paulo. O relatório Força Letal: Violência Policial e Segurança Pública no Rio de Janeiro e em São Paulo, divulgado ontem, afirma que parte “substancial” dos mais de 11 mil casos de resistência seguida de morte registrados nos Estados do Rio e de São Paulo desde 2003 podem ter sido, na verdade, execuções extrajudiciais.

Responsável pelo Relatório, a ONG Human Rights Watch afirma que as PMs dos dois estados brasileiros mataram, em 2008, mais do que  os policiais mataram em toda a África do Sul, país com alto índice de violência policial.

O dossiê denominado “Mapas do Extermínio: Execuções Extrajudiciais e Mortes Pela Omissão do Estado de São Paulo”, divulgado em novembro, revela que a polícia paulista tem usado a força letal de forma arbitrária e que o grau de extermínio de civis no estado é superior aos níveis mundiais.

Elaborado por 15 entidades da sociedade civil, com o apoio do deputado José Cândido, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, o documento retrata a criminalização da pobreza no Estado. As vítimas desta pena de morte ilegal e extrajudicial são jovens afrodescendentes e moradores da periferia.

O dossiê, que traz dados sobre o massacre de moradores de rua, assassinato de mulheres, internos da Fundação Casa e do sistema penitenciário, conclui que há uma política institucionalizada de criminalização da pobreza e extermínio no Estado de São Paulo.

Leia aqui reportagem da BBC, “Polícias de SP e RJ matam mais que a da África do Sul, diz ONG”, e veja também o dossiê “Mapas do Extermínio: execuções extrajudiciais e mortes pela omissão do estado de São Paulo”

 

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