Execução
Secretário de Alckmin é evasivo sobre a apuração dos autores da chacina
Uma semana antes da chacina que resultou em 19 mortes nas cidades de Osasco e Barueri, o secretário de segurança pública Alexandre de Moraes, recebeu dos petistas deputado Marcos Marins e do vereador Aloísio Pinheiros, solicitação de mais segurança para o município.
Ou seja, a seguir a população foi alvejada antes dos serviços de segurança protegê-los e na noite do dia 13/8, homens encapuzados executaram 18 pessoas.
Esta foi uma das poucas informações nova envolvendo a chacina, na audiência conjunta das comissões de direitos Humanos e de segurança pública da Assembleia Legislativa com a presença do secretario do governo Alckmin Alexandre de Moraes.
Depois de mais de meia hora de obstrução da base do governo, com bate boca sobre os procedimentos a serem adotados para inquirirem o secretario, finalmente Alexandre de Moraes tomou a palavra e abriu a audiência descrevendo os procedimentos para liberar os corpos e iniciar as investigações, no seguinte às mortes.
Segundo uma das linhas de investigação em curso pela secretaria há a possibilidade de envolvimento de PMs na autoria da matança.
Indagado sobre a apuração, Moraes foi evasivo, elencou a coletas de dados e afirmou que tem recolhido depoimentos, roupas, documentos, disse que tem feito tratamento nas imagens e cruzado os dados para elucidar a autoria do massacre.
Para o secretário do governo Alckmin, não há conexão entre a chacina ocorrida no dia 13/8, com o assassinato de dois agentes de segurança, um guarda municipal e um PM da reserva, dias antes da chacina.
Moraes nega ainda a existência de grupo de extermínio no Estado e desqualificou a notícia publicada pela imprensa, que denuncia a exposição de testemunhas que depuseram na Corregedoria da Polícia Militar. Segundo o secretario, a representante da Associação dos Delegados nem folheou o inquérito e não pode ser fonte sobre o que foi apurado.
Confrontado pela deputada Beth Sahão, vice presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, que trouxe a baila o número de 366 mortos em chacinas nos últimos cinco anos, Alexandre novamente refutou os dados. A deputada explicou que os números foram compilados a partir e notícias publicadas pela imprensa sobre pessoas mortas em chacinas.
Mais uma vez o secretário se esquivou das indagação e alegou que não há chacinas na modalidade de classificação dos crimes enumerados pela secretaria de segurança pública e que as mortes coletivas são descritas como homicídios múltiplos e a seguir recorreu as estatísticas criminais do âmbito nacional para sustentar que o Estado tem os menores índices. Aqui em São Paulo o índice de homicídio é 9,5% por 100 mil habitantes, contra os 27% apresentado na média brasileira destacou.
Beth cobrou do secretario dados oficiais e citou a falta de transparência do Estado quanto aos dados da segurança pública e informou Eu vou lançar mão da lei de acesso à informação e vou requerer os dados oficiais, o que não quer dizer que, por serem oficiais, são os corretos.
A possibilidade de comprometer a apuração de envolvimento de PMs entre os autores da execução das 19 vítimas da chacina, foi levantada pelo deputado Alencar Santana Braga, que chegou a citar as questionáveis ações da Corregedoria da Polícia Militar que estaria agindo à revelia á equipe designada pelo secretário.
A deputada Marcia Lia perguntou sobre a contração de peritos e apontou para um grupo que estava com cartazes cobrando a admissão dos concursados.
O ciclo de indagações petistas foi fechado pelo deputado João Paulo Rillo que questionou resolução publicada Diário Oficial recentemente que centraliza no gabinete do secretario o atendimento a solicitação de dados pertinentes à pasta e sugeriu que esta medida seria motivada pelo objetivo de manipular dados e camuflar a realidade da falta de projeto de segurança pública para o Estado de São Paulo. Será este mais uma meio de sustentar o fingimento de que há segurança pública ? Sabemos que a segurança em São Paulo está falida, apontou (rm)