Crise da água
O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado, Mauro Arce, prestou depoimento à CPI da Sabesp na Câmara Municipal de São Paulo nesta quarta-feira (12/11).
Questionado sobre o planejamento do governo do Estado para abril de 2015, quando haverá um novo período de secas, o secretário Arce afirmou que o governo está fazendo algumas obras a curto e médio prazo e que busca para abril de 2015, a mesma situação do mesmo mês em 2014. De certa forma, ele deixou claro que não há uma estratégia para o que está por vir. Com a média histórica de chuvas recuperamos as perdas do volume, teremos uma situação melhor do que no ano passado, disse.
O secretário também desviou de questionamento sobre a declaração da presidente da Sabesp, Dilma Pena, que em áudio vazado de uma reunião com dirigentes da empresa afirmou que a população deveria ter sido comunicada da crise hídrica, para que economizasse água. Porém, segundo ela, seus superiores não permitiram.
Não existe essa ordem. Há uma carta que a presidente da Sabesp encaminhou à presidência da CPI que explica essa questão, portanto esse caso já foi esclarecido, afirmou Mauro Arce.
Arce afirmou que a segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira, que abastece 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, começará a ser usada provavelmente na próxima semana. (*com informações do Cidade Aberta)
PT na Assembleia entrou na Justiça contra governo Alckmin por omitir gravidade da crise da água
A Bancada dos deputados do PT Assembleia Legislativa entrou com representação ao Ministério Público para que investigue ato de improbidade do governador Geraldo Alckmin e do Secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce. Os dois foram omissos com a população em não esclarecer a gravidade da crise da água que afeta principalmente as regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas.
Estamos alertando há muito tempo que se o governo paulista não tivesse sido omisso, hoje poderíamos passar pelo período de seca com menos problemas. Lamentamos que o governador continue com uma postura irresponsável perante a população, sem alerta-la da gravidade da crise instalada e que pode causar sérios danos à vida das pessoas, com impactos na saúde pública, na economia, com risco de desemprego, e no meio ambiente. Na realidade há vários meses a população enfrenta falta de água e continua ouvindo das autoridades do governo que não há racionamento e que teremos água até o próximo período de chuvas, explica o líder da Bancada, deputado João Paulo Rillo.
Rillo também protocolou requerimentos em todas as Comissões Permanentes da Assembleia convocando a presidente da Sabesp, Dilma Pena, para prestar esclarecimentos. A crise da água afeta todas as áreas do Estado, como a saúde, o meio ambiente, a educação, a economia, a agricultura. Enfim, todas os setores sofrem problemas específicos com a falta de água e o governo do Estado tem que dar respostas à sociedade, afirma o parlamentar petista.
Entretanto, os deputados que compõem a base de apoio ao governador Geraldo Alckmin têm usada da prerrogativa do pedido de vistas aos requerimentos para postergarem a convocação de Dilma Pena.
A Bancada petista na Assembleia também tenta há meses coletar assinaturas para protocolar pedido de CPI para investigar as perdas de água da Sabesp. Mas de novo, a base governista não assina o pedido. Para ser protocolado, são necessárias 32 assinaturas de deputados. (sc)
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