Transportes
Os deputados do PT foram enfáticos ao questionar o secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, sobre temas polêmicos e muito mal esclarecidos pelo governo Serra, como a privatização das bilheterias do Metrô e da CPTM; implantação do monotrilho na Zona Leste da Capital; caso Alstom; má qualidade dos serviços prestados na área de transporte; preço das obras; e mudanças de projetos. As perguntas foram feitas, nesta quarta-feira (25/11), na reunião conjunta das comissões de Transportes e Comunicações e Serviços e Obras públicas, que contou com a presença do secretário tucano.
O deputado Adriano Diogo elencou, ao secretário, uma série de questões de entidades da sociedade civil e de empresas sobre a implantação do monotrilho para ligar os bairros de Vila Prudente a Cidade Tiradentes, na Capital. Há muitas dúvidas sobre a viabilidade técnica do sistema e várias empresas denunciam o dirigismo da licitação, ressaltou o deputado. O secretário apenas se comprometeu a enviar as respostas por escrito ao deputado.
A licitação da bilheteria do Metrô, CPTM e SPTrans, na qual a empresa vencedora terá um ganho de mais de R$ 200 milhões por ano, foi questionada pela deputada Beth Sahão. A parlamentar quis saber se esse não é um serviço essencialmente público e por este motivo não poderia ser privatizado. Além do mais, os dados do sistema são de interesse público e como ficarão sob controle privado?, indagou Beth. Portella disse que o Estado não vai privatizar o sistema, frisando: Não, na minha gestão.
Antonio Mentor quis saber do secretário sobre obras da EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano) que foram alteradas, paralisadas e tiveram uma série de problemas na Região Metropolitana de Campinas. O deputado indagou sobre o grave problema de afundamento na obra do corredor de acesso entre Sumaré e Hortolândia, para o qual o secretário, primeiramente, negou qualquer problema, e depois disse que o problema foi causado pela Sabesp e que a EMTU apenas consertou.
A Alstom e o Metrô
O parlamentar do PT continuou seus questionamentos e pediu informações sobre e as indenizações as vítimas do acidente na linha 4 do Metrô, em janeiro de 2007, e sobre as empresas Alstom e Siemens. Estas empresas que estão sendo investigadas pelos Ministérios Públicos da Suíça e do Brasil continuam participando normalmente das licitações e das obras do Metrô?.
Visivelmente embaraçado, o secretário tucano confirmou que as empresas estão participando normalmente das obras e das licitações.
A base governista, que anteriormente, também incomodada com as perguntas dos deputados petistas, conseguiu esvaziar a reunião, que ficou sem quórum para continuar os trabalhos. Diante disso, os deputados Zico Prado e Simão Pedro – presidente da Comissão de Serviços e Obras públicas – não puderam fazer suas indagações a secretário Portella.
Representantes do Sindicato dos Metroviários também estiveram presentes na reunião, mas não conseguiram direito à fala. Eles queriam uma explicação do secretário sobre os 63 funcionários demitidos pelo Metrô em represália à greve que houve na empresa.