Secretário de Transportes Metropolitanos diz que Siemens pratica corrupção

24/09/2013

Cartel da Corrupção Tucano

Crédito: PT Alesp

Deputado Alencar Santana Braga, presidente da Comissão de Infraestrutura, e Jurandir Fernandes

Em audiência das Comissões de Infraestrutura e de Transportes e Comunicação da Assembleia Legislativa,ocorria em 24/09, o secretário de Transportes Metropolitano, Jurandir Fernandes, disparou críticas à imprensa e afirmou que a Siemens pratica corrupção.

As ácidas críticas do secretário a imprensa, a quem disse que faz escola de mau jornalismo, foram disparadas em dois momentos quanto indagado pelos deputados petistas Beth Sahão e João Paulo Rillo, a respeito dos encontros e qual motivação para tamanha frequência.

Depois do arroubo inicial Fernandes alegou que muitos desses encontros foram visitas protocolares para cobrar que as empresas cumpram prazos, em outras ocasiões teria feito representação política, ao ser designado pelo governador e entre outros eventos.

Por vários momentos o secretário tratou a Siemens como ré confessa; – mas negou a participação de agente público dos governos tucanos, no esquema que fraudou licitações no sistema metroferroviário do Estado e citou que no relatório do CADE não há nenhuma citação de agente público.

Argumento contestado por Antonio Mentor que lembrou que o acordo de leniência do CADE com a Siemens foca apenas nas questões mercadológica, na disputa comercial, “os reflexos da manipulação das licitações ainda estão em investigações operadas pela Polícia Federal, os Ministérios Públicos Estadual e Federal e inclusive pelo Poder Legislativo”, apontou o Mentor.

A longa atuação do esquema nos processos licitatórios foi por diversas vezes colocadas pelos deputados do PT, que questionaram como foi possível isso acontecer sem que o governo tomasse providencias em defesa do erário público. A subcontratação de empresas que haviam sido desclassificadas no processo de seleção foi apontado por Gerson Bittencourt, como um modus operandi do esquema.

“ A gente aprende com essas situações, respondeu Jurandir que disse que a Procuradoria Geral do Estado é quem alertou que o Estado não poderia pagar a subcontratada, como era feito para evitar dupla tributação. Quanto a falta de percepção do esquema Jurandir disse que as companhias Metrô e CPTM realizam cerca de 3.500 licitações ao ano e que é muito difícil identificar o Cartel.

Negócio entre amigos

Os indícios de relações promiscuas e o fluxo de informações privilegiadas, levaram Antonio Mentor a indagar o secretário e elencou alguns fatos.

Pedro Benvenuto, desde 2006, exerce a função de secretário executivo do conselho gestor de PPS (Parceria Publico Privado)e segundo matéria publicada pela imprensa teve vários encontros e trocas de emails com José Fagali Neto, irmão do presidente do Metrô de 2007 a 2010, Jorge Fagali Neto.

José recebia dados estratégicos do Metrô e da CPTM, quando atuava como consultor da Bombardier e da Tejofran. Ainda segundo foi noticiado José é investigado suspeito de intermediar propina da Alstom a políticos e teve sua conta na Suíça bloqueada pela Justiça.

Outra relação suspeita mencionada por Mentor foi do engenheiro Pedro Benvenuto, secretário executivo do Conselho Gestor de PPPs do governo Alckmin, que é pai de Lucas Benvenuto, que trabalhou nas empreiteiras Odebrecht e na Via Quatro,sendo ambas atuaram nas obras do Metrô e da CPTM.

Apesar da insistência do petista Antonio Mentor, o secretário ignorou os apelos e nada respondeu.

Adriano Diogo lembrou do papel da Siemens no financiamento à governos ditatoriais e também teve suas questões omitidas no rol de pontos tratados pelo secretário de transportes do governador Geraldo Alckmin.

O presidente da Comissão Estadual da Verdade trouxe a informação de que o Banco Mundial em auditoria de empréstimos ao Estado já tinha identificado a participação de Cartel nas licitações do Metrô e da CPTM.

Apesar da concorrida e por vezes tensa reunião por conta da correlação de forças, entre os governistas que tentavam obstruir os petistas, prevaleceram as questões levantadas pelo PT que apresentou o seguinte bloco de parlamentares Ana do Carmo, Adriano Diogo, Antonio Mentor, Beth Sahão, Enio Tatto, João Paulo Rillo,Gerson Bittencourt,Geraldo Cruz,José Zico Prado,Marcos Martins, Luiz Claudio Marcolino e Telma de Souza.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *