Ocupar e Resistir

Movimento já ocupou 30 escolas em todo o Brasil
O lançamento da reformulação do Ensino Médio por meio de medida provisória imposta pelo governo Michel Temer, num ato autoritário e de retrocesso tem reacendido as mobilizações estudantis por todo o país.
Anunciado no dia 22 de setembro, o projeto visa excluir as disciplinas de Filosofia, Sociologia, Artes e Educação Física do currículo obrigatório das escolas, tornando-as matérias optativas. A proposta tem sido veementemente refutada pelo movimento estudantil, que discorda do projeto autoritário que pretende eliminar o pensamento crítico das instituições de ensino.
A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas tem liderado uma série de atos e ocupações de escolas por todo o país. Em São Paulo, no município de Sorocaba, estudantes e professores realizaram paralisação no dia 26 de setembro, na Escola Estadual Professor Aggeo Pereira do Amaral e contou com apoio da União de Sorocaba dos Estudantes Secundaristas (USES).
No dia 29, houve aula pública sobre a reformulação do ensino médio. O encontro contou com a presença de Alexandre Tardelli, diretor estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
Em Osasco, um dia após o anúncio da reforma, a União dos Estudantes de Osasco (UEO) foi às ruas e, no dia 23 de setembro, no ato Estudantes Sem Temer, a mobilização ocorreu no centro da cidade. A Escola Estadual Domingos Mignoni, localizada no município de Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, foi ocupada contra o projeto também no dia 23 de setembro.
Na zona norte da capital paulista, estudantes das escolas estaduais Arnado Barreto e Albino César, foram às ruas nesta quinta- feira, 06/10, em manifestação contra Medida Provisória do Ministério da Educação, de Mendonça Filho (PMDB), que propõe a reforma do Ensino Médio e que tramita no Congresso Nacional.
Na Assembleia Legislativa estudantes acompanharam em 05/10, mais uma sessão da CPI da Máfia da Merenda, quando foram ouvidos dois ex- chefes de gabinete de secretarias do governo Alckmin, flagrados em escutas telefônicas atuando no esquema da fraude de licitações para aquisição de merenda para as escolas públicas estaduais.
A CPI da Máfia da Merenda foi instituída após os estudantes secundaristas ocuparem a Assembleia Legislativa paulista e pressionarem a base do governador, que resistia em fazer as investigações sobre a atuação da Máfia que tem entre os arrolados na apuração da Operação Alba Branca, o presidente do Parlamento estadual, deputado Fernando Capez do PSDB e dirigentes do primeiro e segundo escalão da administração do governador Geraldo Alckmin.
Rosário Mendez