O seminário Competitividade do Setor Químico, Petroquímico e Plástico Paulista realizado nesta terça-feira (24/4), foi o marco do lançamento, na Assembléia Legislativa, da Frente Parlamentar em Defesa do setor, coordenada pelo deputado petista Vanderlei Siraque.
Um dos principais objetivos da Frente é incentivar a competitividade do segmento no Estado de São Paulo e inserir na agenda dos poderes públicos e da sociedade civil a discussão e propostas de desenvolvimento para curto, médio e longo prazo.
O seminário foi prestigiado por prefeitos, deputados, secretários municipais, empresários e técnicos, e debateram a importância do aumento da competitividade das indústrias paulistas do setor petroquímico/plástico. Para o deputado Vanderlei Siraque a articulação do setor significa maior geração de emprego e renda, maior arrecadação fiscal, mais desenvolvimento, o que é do interesse de toda a sociedade.
O líder da Bancada do PT, Simão Pedro, enfatizou a grandeza do segmento na região do Grande ABC e no Estado e, por este motivo, a importância da elaboração de propostas pela nova Frente para corrigir a ineficiente política tributária praticada pelo governo tucano em São Paulo há anos, que permite o desemprego e a perda de competitividade das indústrias e continuou: São Paulo está perdendo espaço para outros Estados em razão da guerra fiscal. Esta frente tem o papel de propor correções na legislação, levar sugestões ao governador, fazer esse debate com a sociedade, concluiu.
Também presente no seminário, o deputado Rui Falcão incentivou os empresários a ajudar o governo Lula na aprovação da reforma tributária como uma forma de ajudar a indústria nacional. No Estado de São Paulo, por exemplo, não há política fiscal e tributária organizada, o que tem sido responsável pelas significativas perdas de receita.
Já o deputado Donisete Braga destacou que o trabalho tem que ser feito de coletiva, empresários, políticos e trabalhadores precisam buscar juntos as formas de manter e desenvolver as indústrias do setor aqui no Estado, concluiu.
São Paulo apresenta a menor taxa de crescimento desse segmento, comparativamente a estados como Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul e Bahia, destacou José Ricardo Roriz Coelho, co-presidente da Suzano Petroquímica, em sua apresentação no primeiro painel de debate Os desafios do setor. Para ele, uma das soluções seria a redução de tributos, o que traria empresas para a formalidade, e o fim da guerra fiscal, que colocaria condições iguais para todos e o desempate se daria por outros fatores, como infra-estrutura e qualidade de mão-de-obra.
No mesmo painel, o prefeito de Santo André, João Avamileno também ressaltou que a participação de São Paulo vem diminuindo significativamente nos últimos anos. Enquanto em 1972 o Estado respondia por 100% da oferta nacional de eteno (importante matéria-prima de resinas plásticas), atualmente é responsável por apenas 15%, enquanto pólos como o Rio Grande do Sul e Bahia respondem por 37% e 33%, respectivamente. Uma das causas deste quadro desfavorável é o fato dos outros Estados utilizarem de incentivos fiscais para atrair as empresas e os clientes, disse.
O seminário contou com a presença dos deputados petistas: Vanderlei Siraque, Simão Pedro, Mário Reali e Donisete Braga, além dos expositores: João Avamileno, prefeito de Santo André; o prefeito Kiko de Rio Grande da Serra, também presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC; José Ricardo Roriz Coelho, co-presidente da Suzano Petroquímica; Joaquim da Silva, diretor do Sebrae-SP; Lídia Barreto da Silva, gerente de Planejamento Estratégico da Petrobras; Vítor Mallmann, vice-presidente do Grupo Unipar; Marcos Tadeu, representando a Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo; Nelson Francisco Rosa, diretor da RECAP Refinaria de Capuava; Rubens Aprobatto Machado Júnior, superintendente da Petroquímica União.