Descompromisso tucano
Os impactos do boicote do governo Alckmin à Medida Provisória 579 do Governo Federal, que versa sobre a antecipação da renovação das concessões do setor energético e a redução em média de 20% dos custos da conta de luz, foi tema da reunião ocorrida, nesta terça-feira (4/12), na Assembleia Legislativa de São Paulo, com a presença de lideranças sindicais e representantes de movimentos populares.
As discussões foram lançadas a partir da contextualização do processo de privatização do setor energético brasileiro, colocada pelo sindicalista Wilson Marques de Almeida, do Sindicato dos Energéticos de São Paulo Sinergia. Ele apontou as preocupações com o futuro da Cesp e os rumos do modelo de política energética do Estado de São Paulo.
A decisão do governo Alckmin de não aderir à renovação das concessões das empresas do setor energético e deixar a Cesp de fora do pacto nacional pela redução da tarifa de luz, na média de 20% a partir de janeiro de 2013, foi alvo de críticas de lideranças.
Na avaliação das lideranças, o governo de São Paulo está se recusando a contribuir com o desenvolvimento do país e com a redução dos custos de produção, o poderia tornar o Brasil mais competitivo, com reflexos diretos na geração de emprego e no fomento da economia.
Os sindicalistas ressaltam que o boicote do governo tucano reflete em prejuízo para o conjunto da sociedade brasileira. Isto porque, diante da recusa da Cesp (São Paulo), Cemig (Minas Gerais) e Copel (Paraná), todas ligadas a gestões do PSDB, em participar do plano, a redução dos custos da tarifa de luz, projetados em 20% pelo governo federal, poderá ficar mais baixa, em 16,7% a partir do ano que vem.
A adesão à proposta do governo federal, apresentada por meio da Medida Provisória 579, editada pela presidente Dilma Roussef, em 11/9, foi assinada nesta terça pelas demais empresas do setor no país.
Outra observação feita por Wilson Marques Almeida, diretor do Sindicato dos Energéticos de São Paulo, é que os trabalhadores aguardam que, além da redução das tarifas, o governo busque meios de assegurar também a continuidade de investimentos, a garantia da manutenção de empregos e dos benefícios dos trabalhadores, destacou o integrante da Plataforma Operário e Camponesa para a Energia no Estado de São Paulo, composta por representantes sindicais e dos movimentos populares como a Central de Movimentos Populares e MBA – Movimento dos Atingidos por Barragens.