O Metrô das falhas
Tanto discurso e até fita de inauguração não garantiu mais uma falha no Metrô paulista. Após cerimônia de entrega do primeiro trem reformado da Linha 1 – Azul, no último dia 8/12, com a presença do Geraldo Alckmin, do secretário dos Transportes Metropolitanos e do presidente da companhia, o trem foi direto para o pátio do Jabaquara (zona sul da Capital). A composição teria sofrido problemas mecânicos.
O Metrô não explicou a reportagem do jornal Agora por que o trem reformado foi entregue supostamente sem estar apto para circulação. Disse apenas que, às 11h25, uma composição – sem especificar qual – apresentou falha de tração na Sé e foi recolhida para receber ajustes no programa de tração. Os usuários tiveram que desembarcar da composição.
Metrô já soma 78 panes
Com uma pane ocorrida nesta segunda-feira (12/12), na Linha 2 Verde, por causa de uma falha no sistema elétrico, são já são pelo menos 78 falhas graves no Metrô de São Paulo, de dezembro de 2007 até hoje. (veja quadro)
Para o líder da Bancada do PT, deputado Enio Tatto, a cada nova pane fica mais evidente a fragilidade do sistema metroviário em São Paulo.
Em entrevista à Rede Brasil Atual, em agosto último, o presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres Junior, explicou que o metrô de São Paulo expande-se de forma lenta e equivocada e ao esticar linhas, sem criar conexões, a ampliação do metrô aumenta a superlotação e o risco de acidentes. O Metrô vem de um atraso de décadas que, somado a mais gente no sistema e à expansão lenta, cria superlotação. O que aumenta mesmo são os problemas, critica.
A lotação cada vez maior, segundo Altino, aumenta também a insegurança nos trens. Agressões sexuais são favorecidas pela superlotação. Também cresceram os acidentes em escadas e o empurra-empurra.
As falhas nos trens também tendem a aumentar, diz. Em relação à manutenção, o metrô funciona como carro: quanto mais lotado maior o desgaste, explica. A frequência de manutenção preventiva, analisa, não é suficiente diante dos novos números. Não chega a haver risco, mas com o número de passageiros cada vez maior, seria necessário mais manutenção.
*com informações: PT Alesp, jornal Agora e Rede Brasil Atual