Descaso com a população

Número de passageiros por metro quadrado é acima do recomendado
As organizações internacionais de transporte recomendam que o número máximo de passageiros em um vagão de metrô seja de seis pessoas por metro quadrado. No Metrô de São Paulo, no entanto, são mais de nove em horários de maior movimento em alguns trechos. E os usuários, quase 3,5 milhões por dia, reclamam do aperto nos trens.
A Bancada do PT denuncia há tempos esta e outras situações comuns no dia-a-dia do Metrô e dos trens na Região Metropolitana de São Paulo, como o ritmo lento da expansão das linhas; o alto preço das passagens; má administração das companhias e descaso na utilização dos recursos, inclusive com denúncias de superfaturamento.
Os tucanos propagandeiam suas obras no Metrô, mas o fato é que eles estão há 15 anos no governo do Estado e já poderiam ter feito muito mais. Os 11 milhões de habitantes da Capital têm à disposição apenas
Leia a matéria do Jornal Hoje, exibido pela Rede Globo, nesta quarta-feira (20/3), que denunciou a questão.
Logo na chegada, dá pra perceber o grande movimento. Tem fila na catraca, na escada rolante e, quando o trem chega, é um tumulto. Meu pai já desmaiou dentro do metrô. O número de pessoas era enorme e, para socorrer, foi terrível, conta a pedagoga Aline Coutinho. Entrar no vagão é uma ginástica, é preciso apertar mais para que a porta feche.
Dentro do vagão, um mar de gente. O pior é aquele sufocamento, o agarra agarra, acredita a desempregada Taís Cecília da Costa. Tem mulher que sente até aquele preconceito, acha que está com má intenção, mas não é, acrescenta um passageiro. Há pessoas que nem conseguem alcançar as barras para se segurar.
O gerente de operações do Metrô, Wilmar Fratini, espera que até o final do ano que vem a situação melhore com a compra de novos trens. “Hoje na nossa Linha 3 (Vermelha) temos 101 segundos de intervalo entre trens e, até dezembro de 2010, estaremos com esse intervalo em torno de 80, 85 segundos. Dessa forma, permite ampliar o número de trens em circulação e a nossa capacidade de oferta.”
O especialista em engenharia de transporte Orlandro Strambi concorda e diz que, com a inauguração de novas linhas, a situação no metrô deve melhorar. Mas nada de conforto. Para ele, é preciso investir em mais alternativas como corredores de ônibus, ciclovias e até incentivar a população a caminhar e a morar mais perto do trabalho.