Solidariedade

As discussões e mobilizações pelo banimento do uso de bala de borracha foi tema do encontro em 11/02, na Assembleia Legislativa do deputado professor Tito e com o fotógrafo Sérgio Silva, que perdeu um olho ao ser alvejado pela polícia militar de São Paulo, durante as manifestações de junho do ano passado.
Silva informou ao deputado que depois de sete meses em tratamento, tem passado por um processo de adaptação para se situar no espaço, com as alterações do campo visual devida a perda de uma visão e mais recentemente iniciou estudos de linguagem de vídeo, como meio de readaptação profissional, por conta das dificuldades e limitações para o exercício do trabalho fotográfico.
No mês passado Sérgio esteve com o secretário de segurança pública Fernando Grella Vieira, abaixo assinado pedindo a proibição do uso de armas menos letais durante manifestações, tais como balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
O documento, com mais de 45 mil adesões, foi entregue pessoalmente por Sérgio que quase sete meses depois do tiro, finalmente recebeu uma prótese ocular que simula um olho verdadeiro. Segundo Sérgio a intenção era fazer-lhe chegar o abaixo-assinado e mostrar-lhe cara a cara os efeitos nefastos das balas de borracha sobre a integridade física dos cidadãos.
O deputado professor Tito manifestou solidariedade ao profissional e entregou cópia de projeto de lei 647/13, de sua autoria que limita o uso deste tipo de munição para conter manifestações e, de pronto obteve apoio de Sérgio, que é autor da mobilização e coleta de assinaturas contra o uso de bala de borracha.
É extremamente importante a mobilização da sociedade, concluí que não basta a revolta, este projeto de lei é um caminho de extrema importância para a alcançar o nosso objetivo, ponderou Sérgio.
Um dos mecanismos para restrição ao uso da bala de borracha previsto na propositura está na determinação que o oficial responsável pela autorização do uso dos artefatos deverá preencher relatório contendo motivos para uso do equipamento; quantidade de equipamentos utilizados, quantidade de pessoas atingidas pelos instrumentos de menor potencial letal, bem como os objetivos alcançados.
Com essas precauções vamos adequar as técnicas da nossa Polícia Militar com práticas já adotadas em diversos países do mundo. O resultado da opressão é doloroso. O que nós observamos em São Paulo é a utilização retrógrada, com o uso desenfreado e sem controle de forças policiais, resultando em ações traumáticas contra a vida humana, conclui Tito.
O ativista informou ainda tem programado para logo após o carnaval, a realização de Audiência Pública no Vão Livre do Masp, que fica na avenida paulista no centro de São Paulo e já combinou com o parlamentar petista de promover outra na Assembleia Legislativa para discutir com a sociedade, estudiosos, legisladores a propositura em tramitação.
*com informações da Ass. Imprensa dep. Professor Tito