O deputado Paulo Fiorilo participou da audiência pública que debateu, nesta quarta-feira, 8/2, a realização do Festival de Música Eletrônica Piknic Électronik, no Jardim Botânico do Estado de São Paulo. O encontro promovido pelo deputado Carlos Giannazzi (PSOL) teve a participação de Renata Aparecida Costa, doutoranda do Instituto de Pesquisas Ambientais, do biólogo Tiago Noronha, Helena Dutra, pesquisadora do Instituto Florestal, e Carlos Bocuhi, presidenteProam – Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental.
O Piknic Électronik, promovido por uma empresa canadense, é considerado o maior evento de música eletrônica do mundo. O evento na capital paulista foi previsto para acontecer no Jardim Botâmico, no próximo dia 4 de março, a partir do meio-dia, com a expectativa de reunir 3 mil pessoas, ao longo de 12 horas de duração.
Um abaixo-assinado subscrito por mais de 17 mil pessoas pede a suspensão do festival naquele local. Durante a audiência pública circulou a informação de que a empresa promotora do evento já cogita a realização Piknic Électronik em outro lugar, o que demonstra que a pressão da opinião pública já está surtindo efeito.
Segundo Giannazzi, o evento é um crime ambiental sem precedentes. O pano de fundo desse problema é a privatização dos parques estaduais e a extinção dos institutos de pesquisa, promovidas pelo governo estadual. O Jardim Botânico, atualmente gerido pela concessionária Reserva Paulista Administradora de Parques S.A., possui atributos ambientais e fauna diversa que podem ser seriamente afetados por esse tipo de evento.
O deputado Paulo Fiorilo, que é presidente da Comissão de Relações Internacionais da Alesp, informou que vai entrar em contato com o consulado do Canadá e pedir a contribuição de seus representantes para impedir a realização desse evento, um flagrante desrespeito com aquele espaço, que foi privatizado para se transformar numa fonte de renda para a iniciativa privada. “Precisamos colocar o pé e a mão na porta para que não ocorra esse tipo de evento na forma como estão querendo”, afirmou o parlamentar.
Fiorilo informou que a bancada do PT já acionou o Governo do Estado e o TCE, questionando o posicionamento oficial do poder público sobre esse assunto. A inciativa dos petistas soma-se ao requerimento do deputado Carlos Giannazzi, encaminhado ao Ministério Público, com o mesmo objetivo: evitar a realização do evento no Jardim Botânico.
“Quando debatemos aqui na Assembleia as concessões dos parques, fomos radicalmente contra. Dissemos que não poderíamos entregar para a inciativa privada esse patrimônio público e os espaços de pesquisa tão importantes, que deveriam ser valorizados pelo Estado. Vemos no que essa reserva se tornou: espaço para casamentos, concertos, eventos festivos que desvirtuam o objetivo daquele espaço, que deveria estar a serviço da pesquisa e de estudos para a proteção da fauna e flora”, concluiu Fiorilo.