Em entrevista ao Estadão de hoje (6/9), Priscila Cruz afirmou que “país pagará por abrir bar antes da escola”.

Sua frase não faz nenhum sentido, pois um erro não justifica o outro.

Errou o país ao flexibilizar a quarentena sem que a pandemia da covid-19 estivesse sob controle. Erraram os gestores públicos, e principalmente o presidente da República, que sabotou de forma deliberada as medidas de contenção de novos casos.

Não há dúvidas que o ano de 2020 será um ano atípico para a Educação. Contudo, o direito à vida é um direito absoluto e, por isso, insuscetível de ser relativizado. Conteúdo se recupera. Os educadores têm plenas condições de elaborar estratégias para reduzir os efeitos dos meses parados na formação dos alunos.

Se a entrevistada quiser que sua fala seja relevante, deve entender que decisões políticas precisam ser tomadas com base e em evidências. Curioso que ela, tão afeita à tecnocracia dos dados, tenha dado tão pouca ênfase a eles.

A Apeoesp defende o direito à vida e, por isso, é contra a volta às aulas neste momento. Pensando no “novo normal”, entregou à sociedade civil um manual para escolas saudáveis, produto de pesquisa encomendada ao Instituto de Arquitetos do Brasil em parceria com o Dieese.

O estudo está anos-luz da frágil proposta do governo do Estado. É sobre assuntos assim que deveríamos estar discutindo, e não sobre o acúmulo de equívocos que vemos todos os dias sobre a pandemia e seus efeitos.”

Professora Bebel
Deputada estadual – PT/SP
Presidenta da Apeoesp