SOBERANIA

Foi lançada nesta terça-feira (25) na Alesp uma Frente Parlamentar contra a privatização da energia, em defesa do setor elétrico. A frente foi iniciativa dos deputados petistas Márcia Lia e Alencar Santana Braga, com apoio da bancada do PT. Na mesma data, o legislativo de Goiás também lançou uma frente para esse enfrentamento. Foi discutida a privatização da Companhia Energética de São Paulo (CESP) e da Eletrobras.
Estiveram presentes no lançamento o Sindicato da Energia (Sinergia), o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), a Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU-CUT), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento Energia para Todos, Brigada Lula Livre, entre outros.
A deputada Márcia Lia colocou o espaço do Legislativo paulista como mais uma trincheira de luta. Energia não é mercadoria, é patrimônio do povo brasileiro. A gente já não aceita privatizações, quem dirá nesses moldes.
Como lembrou a deputada, o governo golpista quer vender a Eletrobras por R$12 bilhões, um contraste frente aos quase R$370 bilhões que vale.
A deputada também fez questão de criticar a mídia golpista, que recentemente fez reportagem colocando a Eletrobras como cara e ineficiente; destacou também que quando as privatizações se iniciaram em meados de 90 as taxas das instituições privatizadas ficaram mais caras para a população e o trabalho começou a ficar precarizado.
Participantes dizem que privatização do setor elétrico fere soberania do país
Um dos apelos para a formação de uma frente no Legislativo veio do presidente do Sinergia Campinas, Carlos Alberto Alves. Aqui vemos a privatização do pedacinho que o PSDB deixou da CESP, menciona ele.
Carlos falou das privatizações que começaram em 1994 no governo Mário Covas, quando se criou a lógica de marginalizar o setor público.
Ele descreve que o governo fazia propaganda de que não servia para gerenciar setor de energia e que privatizando empresas (como feito com Banespa, Eletropaulo, Congas e parte da CESP) a verba poderia ir para saúde, educação, segurança pública e outras áreas. No entanto, afirma. As verbas nunca tiveram essa destinação.
O deputado petista Marcos Martins, que participou do evento, também defendeu a questão energética como soberania do país, assim como a água.
Para onde vão as águas de São Paulo?
O advogado Ramon Koelle, que acompanha a tentativa de privatização da CESP, apontou para o fato de que mesmos países que incentivam a privatização do setor energético não aplicam isso a si próprios. Citou estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), que mostra 73% do setor hidroelétrico dos Estados Unidos do Norte estão sob controle estatal; na Noruega, 50%; na França, 82%.
O governo quer vender setor hidrelétrico para fechar orçamento de 2018. E o que vai vender em 2019, em 2020?, critica Koelle, questionando a lógicado governo e afirmando que o projeto de longo prazo do Brasil
Koelle criticou o fato de apenas duas audiência públicas terem ocorrido para falar da privatização da CESP ainda por cima, destacou que ocorreram na capital, distante ou mesmo inacessível da população que poderia ter interesse em participar.
SUSPEITA
Eletrobras teria contratado agência para falar mal de si própria e assim diminuir sua força e imagem
Os deputados do PT querem investigar suspeita de que Eletrobras teria contratado a agência FSB Comunicação para emitir notícias falsas sobre si própria e assim apresentá-la como problemática, ineficiente, dentre outros.
Conforme aponta matéria da rede Brasil Atual, a Eletrobras teria firmado contrato de R$ 1.800.000,00 para empurrar sua desestatização; matéria destaca um dos itens, “mobilização dos influenciadores”, com custo de R$ 170.000,00 (cento e setenta mil) dentro valor do projeto.
Sobre o fato, o deputado Alencar Santana Braga falou sob a hipótese de uma representação criminal para investigar. E completou: Vamos ver se nossa justiça verde e amarela tem a mesma celeridade em tratar esse crime de lesa-pátria que é o caso da agência contratada.
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Assinaram pela criação da frente a Bancada do PT, PSOL, PCdoB, PSOL, Edmir Chedid e Ricardo Madalena.