
O movimento chamado “Chega de Silêncio” reivindica aumento nos valores pagos pela União por procedimentos executados nas unidades.
O Hospital Santa Marcelina, na Zona Leste de São Paulo, paralisou a realização de cirurgias eletivas (não urgentes), na terça-feira passadan(19/4), e informou que vai remarcar os procedimentos
De acordo com levantamento da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), nos últimos seis anos, 315 instituições tiveram que encerrar os serviços no país por não ter verba suficiente para continuar operando. A dívida do setor chega a R$ 20 bilhões.
A Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos informou que, na semana de 25 a 28 de abril, a capital federal receberá a XXIII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, reunindo prefeitos de todas as partes do país, que pretendem buscar reuniões com lideranças políticas.
A CMB representa 1.824 hospitais filantrópicos, que dispõem de 169 mil leitos hospitalares, 26 mil leitos de UTI e realizam mais de 50% do atendimento de média complexidade do SUS e 70% da alta complexidade.
O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Ferreira dos Santos, afirmou que a iniciativa das Santas Casas e dos hospitais filantrópicos é extremamente necessária neste momento de “desfinanciamento” do SUS. Para ele, agora é a hora de “somar todas as forças em torno da luta por um financiamento justo”.
Para a presidente do Conselho, não há outro caminho que não seja aproveitar o processo eleitoral e colocar no centro da pauta a revogação do teto de gastos, que traz como consequência o déficit no SUS.
De acordo os gestores da Santas Casas, o sistema público de saúde enfrenta um colapso em várias de suas estruturas, que não dão conta de atender as demandas da população brasileira. Com a pandemia da Covid-19 e sem verbas destinadas à saúde pública, o SUS viveu um “quadro de agonia” e fez um “verdadeiro milagre” ao operar com os próprios recursos.